segunda-feira, 6 de abril de 2015

sexta-feira santa

Quando o Candomblé foi organizado aqui, no Brasil, ficou estabelecido que os dias de óssé wè mó ( ato de limpar e ofertar alimentos aos Orixás) teria que se adaptar ao sistema ocidental de sete dias pois, na África, a semana yorubá era composta de quatro dias devido a crença de que o mundo havia sido criado neste espaço de tempo.
Com a ordenação dos dias da semana, os Òrìsà's passaram a ser reverenciados na seguinte ordem:
Segunda-feira: Èsù, Omolu, Òsùmàrè e Nàná.
Terça-feira: Ògún
Quarta-feira: Sàngó e Yánsán
Quinta-feira: ÒsóòsÌ e Lógun Ède
Sexta-feira: Òsàlá
Sábado: Yemojá e Òsun e todas Àyabás (Mães rainhas).
Domingo: Òsàgiyán e todos os demais Òrìsà's.
Esta ordem pode ter alterações conforme a etnia religiosa e a tradição de cada casa porém, existe unanimidade quanto a sexta-feira ser consagrada a Òsàlá. Todas as casas de Candomblé dedicam as sextas-feiras ao ÒrÌsà da paz, Senhor da criação, considerado pai de todos os outros ÒrÌsà's. É comum neste dia todos os adeptos do Candomblé usarem o branco, a cor deste Òrìsà. Como descreve esta saudação: "Òrìsànlá Olúwa èwù ni funfun" (O Grande Òrìsà dono do manto branco).
A sexta-feira santa é uma data Cristã que lembra o sofrimento de Jesus Cristo. Para o Candomblé este dia continua sendo consagrado a Òsàlá.
Nos Candomblés de origem Banto, na sexta-feira santa é feito o ritual da "Kura" (fechamento de corpo). Este ritual era praticado pelos Ndembu de Luanda pelo nome de "Nkula", para purificá-los. No Brasil, as Kuras são incisões feitas nos iniciados com o objetivo de proteger-lhes contra doenças, roubos e todos os tipos de negatividades, daí ser chamada de "fechamento de corpo

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