quarta-feira, 15 de junho de 2016

ORI NA VISÂO JEJE

ORI NA VISÂO JEJE





O tá (cabeça) e/ou ahisu (termo utilizado para designar “cabeça espiritual” ou mesmo espírito) é um conceito da cosmogonia jeje que muito se assemelha ao conceito yorubá de Orí, claro que mantendo significativa diferença e sendo sua explicação um tanto mais complexa do que a de orí, dada pelos yorubás.
Do ponto de vista da cultura fon, o tá (cabeça) é multifacetado ao mesmo tempo que é único. já que cada um de nós somos uma unidade e essas facetas só existe em conjunto. É dividido em algumas camadas denominadas sombras. São quatro: WENSAGUN (sombra mensageira), YE (sombra reflexa), LINDON (sombra longinqua) e SÊ (sombra permanente). Para entendermos melhor: “Wensagun” seria a camada ou sombra que está em comunicação com o astral, o mensageiro, seria o que nos liga enquanto mortais ao plano astral; “Ye” seria nossa força vital em desdobramento visível, nosso corpo e a sombra que dele se origina abaixo da luz – seria em sí nosso próprio existir no mundo, o transcorrer de nossa vida na terra; “Lindon” é a nossa capacidade de pensamento, essencial ao “Ye” para nosso existir; “Sê”, enfim, como sombra permanente é invisível, imultável, não conhecendo a morte, nosso próprio espírito, dotado de inteligência, e carrega nosso dulè (odú em yorubá – destino pessoal).
Estas sombras fazem parte do tá (cabeça) como um todo, formando a concepção de ahisu, e o Vodun habita no nosso tá. Mas o tá, ao contrário do Vodun, não exige que seja “assentada”, por isso o Jeje não faz uso do igbá-orí, pois acreditamos que o tá é o próprio igbá-orí.
Quando realizamos o Tásèn (“cultuar a cabeça”), cerimônia jeje equivalente ao Borí dos yorubás, também conhecido como Apehe (termo originário do Jeje Mina) ou Jwá, estamos fazendo uma oferenda ou uma propiciação ao tá (em todos seus aspectos) para que a pessoa entre em equilíbrio com seu ser e seu destino, também estreitando as ligações com o Vodun principal e pessoal (tavodun) que é aquele que também habita o seu tá.
Enfim,

SÊ - é o poder do princípio de transformação, é a unidade do princípio espiritual no homem; é o princípio espiritual divino com tripla função;
YÊ -é o princípio vital em desdobramento visível como a sombra tirada do corpo que os ADJA-FON chamam AGBASA;
LINDON - significaria o poder de pensar, seria a expressão dessas faculdades essenciais do YÊ que nomeamos IRO;
WENSAGUN - seria enfim o SÊ se comunicando com o supremo para receber e anunciar as mensagens fundamentais da vida e da morte;
Sê - é o princípio divino imortal que se transforma no sujeito YÊ, expressão da própria pessoa. Shê não morre, ele é então o espírito.
Yê - é a personalidade humana em desdobramento no tempo. Poderia ser condenado ao vazio, ele é portanto o alma.

A INFLUÊNCIA DO CANDOMBLÉ

Em relação à

VIDA :
É a união do SHÊ com o YÊ sendo projetada no mundo elementar;

MORTE :
É o estado que finaliza o alma, que só tem posição no mundo elementar;

FELICIDADE :
É o estágio máximo, ou seja, de grande nível de equilíbrio do SHÊ com o YÊ;

HOMEM :
Ser de qualidade social acompanhado de suas origens, inclusive seu ODU ( destino ) principal;

PERSONALIDADE :
Características formadas por uma origem adaptada ao SÊ e ao YÊ quando assim se encontram, já desde o primeiro momento que se é lançado no mundo elementar;

VODUN :
É o SÊ em seu estado de harmonia própria com cada elemento neste ou em outro mundo;

O VODUN NÃO MORRE ! ! !

A influência do Asé é a de equilibrar o máximo que pode, cada Ser que aqui se encontra, o conhecimento de si e de suas origens elementares; o conhecimento sobre seu próprio limite de personalidade, o arredondamento, ou seja, o auto-domínio de sua índole e do seu caráter. O sucesso então é o de seguir resignado toda a trajetória no mundo elementar e chegar à morte consciente de que, é hora de retornar o corpo ( matéria ) à natureza; e também o de respeitar todos os elementos que aqui se encontram ou não.
O homem, sabendo de onde veio, onde está, quais são suas origens e para onde ele retornará, terá uma vida mais consciente e real neste mundo elementar.

YALORISÁ OMININDÊ DE OSUN

















































ÌPÒRI – O CULTO À PLACENTA

ÌPÒRI – O CULTO À PLACENTA

O ìpòri é um dos três elementos que constituem a alma. Ele simboliza a energia advinda diretamente de nossos ancestrais. Esta energia é ligada a nossa cabeça (orí), ao nosso eledá (guia ancestral, Orixá) e ao nosso destino (odù).
O ipori não é um ente individualizado, mas como uma partícula de hereditariedade, que impõe sua marca na personalidade, na vida, na saúde e portanto no destino de cada Ser. Uma espécie de “DNA espiritual”.
Por ser imaterial, após a morte da pessoa, o ipori se desprende e acompanhará aquela alma nas próximas reencarnações (atunwá), funcionando como um registro de ancestralidade, quase como uma “caixa preta” que registra ao longo de sucessivas existências, as emoções, as experiências, as marcas de ancestralidade, etc.
Observemos que o conceito de ancestralidade, é muito mais abrangente do que a idéia de mera consanguinidade.
O Ìpòri resume em si uma espécie de “força ancestral” que faz um elo entre orí do indivíduo, passando por seus antepassados mais remotos, até chegar a seus ascendentes divinizados (eledás).
Com este conceito, explica-se a força espetacular que funda os gêneros familiares, perpetua as culturas e une os Homens em uma cadeia global.

A cultura nagô simboliza o ipori como matéria da qual os Orixás escolheram a massa para nos moldar. Poderiamos comparar o ipori a massa que faz o pão. 
Antes de qualquer oferenda à cabeça, seja um bori, ou a simples oferenda de um obi, sempre o ipori deverá ser evocado, numa saudação aos ancestrais daquela pessoa.
O ipori é então reverenciado pelo oficiante quando este toca a sola do pé direito (lado paterno) e do pé esquerdo (lado materno).
Este gesto é repetido todos as vezes em que um iniciado está recolhido. Quando os mais velhos tocam a sola dos pés do “recolhido” para acordá-lo, estão despertando o ipori daquele irmão.
Por ser tão importante o ìpòri merece um ritual próprio, chamado de culto à placenta.
Este rito consiste no ato de enterrar o cordão umbilical e a placenta do recém-nascido aos pés de uma árvore existente na comunidade onde vive sua família, a fim de que seja então mantido o elo de ancestralidade que liga aqueles seres desde o òrun (céu) até o áiyé, despertando assim o enikéji (nome dado ao nosso duplo etéreo que vive no Òrun).  Enikéji: do Yoruba, Eni – pessoa, Kéji – Segunda.
Orí Inú é a essência do psiquismo, da personalidade da alma, que deriva diretamente de Olódùmarè, Deus Supremo. O Orí Inú e nossa essência, aonde Deus Criador soprou o seu hálito (èmí), e nos criou. O Orí Inú é o ser interior e espiritual do homem e é imortal.
O ipori é peça fundamental a este conceito. O Homem se torna imortal a medida em que se perpetua na essência de seus descendentes.
Entender o ipori como liame entre o ser e seus ancestrais, reafirma o forte conceito yorubá de respeito e de gratidão aos mais velhos, bem assim a necessidade de honrar aqueles que viveram antes e nos proporcionaram não só a vida, mas as condições de viver.
Contudo, em nenhum momento a reconhecimento do ipori como herança ancestral, exime o Homem de sua responsabilidade. Antes pelo contrário, reforça que a pessoa deve valorizar os elementos que herdou para aperfeiçoar-se, esmerando seu próprio caráter (ìwà).

FRUTAS DOS ORIXÁS/VODUNS/MIKISI

FRUTAS DOS ORIXÁS/VODUNS/MIKISI



 IANSÃ/OYA

Manga rosa, uvas, pêra, maçã, mamão,morango, melão, laranja, banana, figo, ameixas, romã, grosselha, pêssego, pitanga, framboesa, cajá, caqui, *jenipapo e *tamarindo - *(Oya Igbale).

No Batuque-RS
manga, maçã, pitanga.

 OGUM
manga, ameixas, amoras, abacate, *caju (Ogum Xoroque), cajá manga,  jenipapo, laranja . 
No Batuque-RS
laranja, marmelo e cana.
LOGUM
todas da natureza, de preferência melão, pêra, maça, uva, mamão
XANGO
Todas da natureza, de preferencia nas cores da terra, ou avermelhadas.
No Batuque-RS
banana, pêssego, ameixa branca e maçã

OXUM
melão, mamão, pêra, uva, morango, banana da terra, banana ouro, laranja Bahia, maracujá, damasco,goiaba.
No Batuque-RS
maçã, bergamota, Pêssego, mamão.
Djeje banana ouro, a melancia e o caja manga 

OBÁ
maça, melancia, morango, abóbora moranga, banana da terra, framboesa, manga rosa.
No Batuque-RS
abacaxi e romã
YEWA
banana da terra, banana de são Tomé, uva, ameixa, morango, pêssegos, abacaxi, zimbro, amendoa

NANÃ
melancia, jaca, maça, pêra, banana, melão, abiu roxo, uva.

YEMANJA
melão, mamão, manga, banana, mexerica, uvas de todas as espécies, abacaxi, laranja, banana prata, carambola, melancia, coco.
No Batuque-RS
melancia e coco

OXALÁ
qualquer espécie da natureza, desde que tenham as cascas claras. Gosta também de coco, sem a casca e fruta-pão
No Batuque-RS
Uva branca, pêra, bergamota, mamão e coco.

IBEJI
de todas as espécies

OXUMARE
todas da natureza, mas tem preferencia por frutas nas cores amareladas ou esverdeadas, como mamão, melão, laranja uvas verdes, ingá.

BESSEN
frutas como banana da terra e acerola

OSSAIM
Todas da natureza. Tamarindo, mamão, goiaba, guaraná
No Batuque-RS
pitanga, abacate, figo.

OXOSSI
todas da natureza. Tamarindo, mamão,guarana, banana, coco,goiaba
No Batuque-RS
ODE OTIM
uva preta, maçã, butiá e araçá
EXU
pôr ser o senhor de todos os caminhos e responsável pelo equilibrio no mundo, pode ser agraciado com todas as espécies de frutas, mas as favoritas dele são: limão, descascado e cortado em cruz, cana, descascada e cortada em rodelas, gabiroba, jaca, manga, goiaba vermelha, jabuticaba, maça, groselha, figo,ameixa
No Batuque-RS
BARA
manga, ameixa vermelha, butiá, maracujá, cana-de-açúcar, laranja azeda ,laranja de umbigo ,butiá , alfarroba, cola toronja (pomelo),amora.

OBALUAYE
todas da natureza, por ser ele um dos orixás da terra, mas da preferencia para banana de qualquer espécie, manga, mamão, caju, sapoti, jaca, jabuticaba, graviola, avelã, ameixa.
No Batuque-RS
XAPANÂ
uva preta, amendoim e café

EGUM E ANTEPASSADOS
Graviola, tamarindo, amora do mato


FRUTAS UTILIZADAS NA UMBANDA-RS


Oxalá- Uva verde, pêra, maçã, damasco, melão, figo. polpa de coco, pêssego branco, nozes, castanhas e amêndoas

Senhoras: Todas as frutas cítricas: Limão, tangerina, laranja, sapoti, nêspera, mangaba, jenipapo

Iemanjá- Melância, melão,sapoti, nêspera, mangaba, jenipapo, uvas brancas, uva Juliana, pêra. 

Iansã – maçã vermelha, tangerina, laranja-bahia, uva rosa, pitanga, cereja. 

Oxum – pêssego amarelo, maçã verde, melão gaucho amarelo, damasco, nêspera, ponkan

Cosme e Damião- Goiaba, pitanga, groselha, cereja, jabuticaba, grumixama,amora

Oxossí- Coco, cana-de-açucar,abacaxi, laranja, limão,camboatá, caju, acerola,sapucaia, cacau,mangaba, butiá, nêspera (ameixa branca), frutinhas de mato (abiu, bacaba, bacuri, murici, pequi, etc).

Ogum- Banana, ameixa, uva rosê, maçã, graviola, abacate,pitomba, ciriguela, lima da pérsia, marmelo

Obaluaye- Jaca, cajá, carambola, fruta-pão, morango, amora, mamão, romã, maracujá, uva preta, jabuticaba, figo preto, cereja preta.

Xangô- Marmelo, melão, caqui, fruta-de-conde, maracujá, manga,mamão,melancia,abiu,abricó, morango,cacau, goiaba

Exu- Pitanga. Banana d’água. amora, manga, laranja azeda, caju, jaca, pomelo. 

Pomba-Gira-  Figo

Almas: Jaca, abacaxi, cajá - manga, manga, carambola, fruta-pão, morango



OBS.: Esta relação de frutas pode variar de acordo com cada região e axé.

COMIDA RITUAL - PARTE IV

Ipeté, é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé, oferecida especialmente ao orixa Oxun.

Inhame, azeite de dendê, cebola raladas, camarão sêco e defumado, gengibre ralado, camarões frescos inteiros e cozidos para enfeitar e sal.

Também oferecido ao Orixá Oxaguian, substituindo o dendê por azeite doce na festa do Pilão.

Preparo:

Tirar a casca do inhame e cortar em pedaços pequenos, cozinhar ao ponto de amassar com um garfo, colocar os temperos e um pouquinho de sal e bater com uma colher de pau até ficar no ponto de um purê. Colocar em uma tigela e enfeitar com os camarões inteiros.

Lelê iguaria africana, doce feito com quirela de milho vermelho, coco ralado, açúcar e leite de coco. Oferecido aos Orixás Oba e Ewa e Ode.Em uma panela coloque água e o pacote do milho quebradinho chamado de xerem, deixe de molho num periodo de meia hora. Escorra a água e coloque outra, (uma quantidade que cubra todo o milho) com o cravo, a canela em pau, açúcar, sal e leve ao fogo ate virar um mingau durinho, quando já estiver durinho, acrescente o leite do coco.



Mungunzá, mugunzá, ou mucunzá como é chamado pelo povo do santo é o nome da comida ritual votiva, pertinente aos orixás oxalá, oxaguian, oxalufan e o ikise lembarenganga, tanto no candomblé como na umbanda. (De mucunzá, do quimb. mu’kunza, ‘milho cozido’) “Dicionário Aurélio”.

Alimento ritual feita de grãos de milho branco, cozidos em água sem sal e com açúcar, algumas vezes com leite de coco e de gado, com pequena quantidade de “água de flor de laranjeira”, servido aos adeptos com bastante caldo e aos orixás bem compactada em forma de ebô.


Aluá 



Bebida refrigerante feita de milho, de arroz ou de casca de abacaxi fermentados com açúcar ou rapadura, usada tradicionalmente como oferenda aos orixás nas festas populares de origem africana.

COMIDA RITUAL - PARTE III

Farofa ou mi-ami-ami é um nome comum a vários tipos de comidas rituais votivas, feita de uma mistura, que tem como base farinha de mandioca, “farinha de pau ou farinha de guerra”. Esta comida ritual sagrada, também é um alimento ritual e muito apreciada pela maioria do povo do santo da cultura Nago-Vodum.

Tipos de Farofas


Farofa-de-dendê, farofa amarela, farofa vermelha, farofa de azeite ou farofa de bambá são nomes comumente chamado pelo povo do santo em sua variada apresentação a depender do ritual que esteja acontecendo. Normalmente é chamada de farofa de dendê a farofa servida aos adeptos e participantes do candomblé, feita com farinha, azeite de dendê, camarão seco, cebola e sal, vista sempre no ritual do olubajé.
Os outros tipos são denominações para rituais pertinentes a limpeza de corpo, padê de exu, sasanha, afexu, axexê etc. Também oferecido para alguns orixas e preparadas só com azeite de dendê e sal.
 Farofa branca, farofa de agua ou farofa de egum, são farofas preparadas só com água e sal. Determinados orixas funfuns apreciam esta iguaria e algus preferem sem sal.
 Farofa de mel ou mi-ami-ami owin é uma farofa preparada com farinha e mel de abelha, muito utilizada nos rituais de erê, ibeji, osain e oxun, comumente visto nos carurus dos santos gêmeos e devoção a São Cosme e São Damião, Crispim e Crispiniano.
 Farofa de cachaça ou mi-ami-ami otin é uma farofa preparada com farinha e cachaça, muito utilizada nos rituais de exu, padê e limpeza de corpo. O povo do santo também chamam de farofa de cachaça toda farofa feita com aguardentes, vinhos ou qualquer bebida alcoólica.

Furá, bolinhos, ou bola de: arroz, inhame, farinha de mandioca, farinha de milho… etc. é o nome da comida ritual votiva, pertinente á vários rituais e orixas da cultura afro brasileira denominado de candomblé.
Este alimento ritual é muito comum nos rituais de limpeza de corpo, bori, assentamento de cabeça, axexê, apanan, feitura de santo, sasanha etc.



 

Tipos


Bolas de arroz. O Arroz é cozido na água sem sal, até ficar pastoso, depois batido com uma colher de pau até soltar da panela, em seguida formar os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é para os orixás funfuns e rituais de bori, assentamento de cabeça.






Bolas de farinha. Em um alguidá coloca-se a farinha, depois a água e modela os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é para limpeza de corpo e axexê.


Bolas de inhame. O inhame deve ser bem cozido em água sem sal, depois pilado em pilão, ou com a ponta de um garfo, em seguida sovado para obter uma massa pastosa e modela os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é muito apreciada pelos orixás oxaguian, oxalufan, oxalá, yemanja e entra em vários rituais como bori, assentamento de cabeça, axexê, apanan, feitura de santo, sasanha etc.


Bolinhos de dendê. Em um alguidár coloca-se a farinha, depois a água, azeite de dendê e modela os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é para limpeza de corpo, axexê e oferenda ao orixá Exu.







Bolinhos de egun. Em um alguidár coloca-se a farinha, depois a água com aguardente e modela os bolos de forma arredondada com as mãos e acrescenta um pequeno pedaço de carvão vegetal. Esta comida ritual é para limpeza de corpo, axexê e Egum.




Bolinhos de Yemanjá. O Arroz ou milho branco é cozido na água sem sal, até ficarpastoso, depois batido com uma colher de pau até soltar da panela, em seguida formar os bolos de forma arredondada com as mãos. Esta comida ritual é para os orixás funfuns e rituais de bori, assentamento de cabeça, em especial como o nome já diz é oferecido para o orixá Yemanjá.



Bolinho de tapioca. A tapioca e colocada em leite de coco e açúcar até ficar pastoso, depois batido com uma colher de pau até soltar da panela e depois sova, em seguida formar os bolos de forma arredondada ou alongada com as mãos. Esta comida ritual é para os orixás funfuns e rituais de bori, assentamento de cabeça.
Os de formas alongadas são fritos em azeite ou óleo, sendo carinhosamente oferendado aos ibejis e apreciados pelo povo do santo. Nota Este mesmo bolinho é vendido nos tabuleiros das baianas de acarajé com o nome de punheta ou bolinho de estudante. 

COMIDA RITUAL - PARTE II


Axoxô ou Oxoxô é como é conhecida a comida ritual dos Orixás Oxóssi e Ogum no candomblé, que consiste em milho vermelho cozido. Quando oferendado para o orixa ogum é refogado com cebola ralada, camarão seco defumado, sal e azeite de dendê. Quando oferendado para orixá oxóssi o milho cozido é misturado com melaço (Mel de cana de açúcar), não confundir com mel de abelha que é o grande ewo deste orixá, enfeitado com fatias de coco sem casca.
Nota. Esta mesma oferenda pode ser consagrado à Olokun.
   

CARURU: O caruru, servido no rigor dos terreiros, é acompanhado de preceitos que viram ações propiciatórias das divindades gêmeas que, são filhos de Xangô com Iansã ou de Xangô com Oxum. O caruru é colocado sobre a esteira. As crianças são convidadas a comer do caruru, e todos, ao mesmo tempo. Ritual que rememoriza fartura, ancestralidade e vida sagrada. Consiste de  quiabos cortado bem miúdo, azeite de dendê, cebolas raladas, camarões secos (alguns moídos),  castanhas e amendoins torrados e moídos, sal, gengibre ralada. No Dahome, segundo o Padre Vicente Ferreira Pires, é acrescentado frango desfiado.


Deburu - é a comida ritual dos Orixás Obaluaiyê e Omolu, é o milho de pipoca estourado em uma panela, em alguns lugares com óleo, em outros com areia. Nesse último caso, é preciso peneirar a areia dessa pipoca depois de pronta. Ao final, a pipoca colocada em um alguidar (vasilha de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco










Ebô, palavra oriunda do iorubá, consiste num alimento religioso e votivo para os orixás funfun (branco) Oxalá, dentro das religiões afro-brasileiras. É o milho branco cozido sem tempero e sem sal.





Ebôya, eboia ou fava de iemanjá é uma comida ritual feito com fava cozido refogado com cebola, camarão, azeite de dendê ou azeite doce. A mesma oferenda pode ser preparada com o milho branco na falta da fava, todavia recebe o nome de Dibô, possuindo o mesmo valor ritual. É uma comida oferecida especificamente ao orixá Iemanjá, podendo ser vista nos rituais de ori, bori e assentamento de cabeça, no sentido de dar equilíbrio espiritual.


Erã peterê, eran peterê ou simplesmente peteran como é comumente chamado pelo povo de santo é o nome da comida ritual votiva, pertinente á vários rituais e orixás da cultura afro brasileira. Preparado com carne fresca de preferência dos rituais de sacrifícios, sal e rapidamente frita no azeite de dendê, em caso do orixá ser funfun, deve-se substituir o sal pela cebola e o dendê por azeite doce e oferecido ao orixá regente da obrigação, independente do ixé.
A mesma comida ritual recheada de camarão defumado, chamado popularmente xinxin ou moqueca de carne é servida normalmente aos adeptos do candomblé nas festas de barracão, sendo uma comida votiva ao orixá Akueran (oxossi) por ter ligação ao eran (carne). 

Ekuru é uma comida ritual. A massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé, feijão fradinho sem casca triturado, envolto em folhas de bananeira como o acaçá e cozido no vapor. A única diferença é que nesta comida substitue o azeite-de-dendê por azeite dôce (Oleo de oliva) ou banha do Ori.

A TRADICIONAL RELIGIÃO AFRICANA

COMIDA RITUAL- parte I


COMIDA RITUAL

ABARÁ: Bolinho de origem afro-brasileira feito com massa de feijão-fradinho temperada com pimenta, sal, cebola e azeite-de-dendê, algumas vezes com camarão seco, inteiro ou moído e misturado à massa, que é embrulhada em folha de bananeira e cozida em água. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Yànsán, Obá e Ibeji).



ABERÉM: Bolinho de origem afro-brasileira, feito de milho ou de arroz moído na pedra, macerado em água, salgado e cozido em folhas de bananeira secas.(No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Omulu e Osùmàrè). 
















ABRAZO:Bolinho da culinária afro-brasileira, feito de farinha de milho ou de mandioca, apimentado, frito em azeite-de-dendê. 




ABALÁ é um nome comum a dois tipos de comidas rituais votivas, inerentes aos orixás obá, Xango e Yewá, quando feita de massa de milho verde, ou da massa de carimã votiva ao orixá nanã. Este alimento ritual é muito apreciado pelo povo do santo e pela maioria dos nordestinos e chamado popularmente de pamonha de milho verde e pamonha de carimã. 

Abalá de milho O milho verde é ralado e à massa resultante é misturada ao leite de coco com parte do bagaço, sal e açúcar. Esta massa é colocada em "palha" da própria casca do milho, atados nas extremidades. As pamonhas são submetidas a cozimento submersas em água fervente por um período de 15 minutos.

Abalá de carimã O aipim previamente descascado é submergido por um período de quatro dias para obter uma massa chamada de carimã, misturada ao leite de coco com parte do bagaço, sal e açúcar. Esta massa é colocada em "palha de aguedé" (bananeira), atados nas extremidades. As pamonhas são submetidas a cozimento submersas em água fervente por um período de 25 minutos.

ACAÇÁ é uma comida ritual do candomblé e da cozinha da Bahia. Feito com milho branco ou vermelho, que fica de molho em água de um dia para o outro, e deve ser depois passado em um moinho para formar a massa que será cozida em uma panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. Este se adivinha quando a massa não dissolve, se pingada em um copo com água. Ainda quente, pequenas porções da massa devem ser embrulhadas em folha de bananeira já limpa, passada no fogo e cortada em pedaços de igual tamanho, para ficar tudo harmonioso. Colocar a folha na palma da mão esquerda e colocar a massa. Com o polegar dobrar a primeira ponta da folha sobre a massa, dobrar a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, fazendo o mesmo do outro lado. O formato que resulta é o de uma pirâmide retangular.
Todos os orixás recebem o acaçá como oferenda.




Acaça Amarelo: feito com farinha de milho vermelho enrolado na folha de bananeira da mesma forma que o acaça branco. É servido a Exu e Logun-Ede.


ACARAJE: comida ritual da orixá Iansã. Na África, é chamado de àkàrà que significa bola de fogo, enquanto je possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”.
O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas, Oxum e Iansã. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo.
O acarajé é feito com feijão-fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal.
O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa está no ponto, fica com a aparência de espuma. Para fritar, use uma panela funda com bastante azeite-de-dendê ou azeite doce.
Normalmente usam-se duas colheres para fritar, uma colher para pegar a massa e uma colher de pau para moldar os bolinhos. O azeite deve estar bem quente antes de colocar o primeiro acarajé para fritar.
Esse primeiro acarajé sempre é oferecido a Exu pela primazia que tem no candomblé.
O acará Oferecido ao orixá Iansã diante do seu Igba orixá é feito num tamanho de um prato de sobremesa na forma arredondada e ornado com nove ou sete camarões defumados, cercado de nove pequenos acarás, simbolizando “mensan orum” nove Planetas. (Orum-Aye, José Benistes).
O acará de xango tem uma forma Ovalar imitando o cágado que é seu animal preferido e cercado com seis ou doze pequenos acarás de igual formato.
 Os seguintes são fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos e seus adeptos.




ADO - é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente à Orixá Oxum.







AJABÓ  é comida ritual do Orixá Xango Ayra
É feito com seis ou doze quiabos cortado em “lasca”, batido com três clara de ovos até formar um musse, regado com gotas de mel de abelha e azeite doce. Colocado em uma gamela forrada com massa de acaçá ou pirão de farinha de mandioca, ornado com doze quiabos inteiros, doze moedas circulante, doze bolos de milho branco e seis Orobôs.
A mesma oferenda pode ser oferecida a outras qualidades de Xangô, todavia acrescenta-se azeite de dendê e substitui os doze bolos de milho branco por doze acarajés ou corta-se o quiabo em pequenas rodelas, com seis ou doze quiabos, em algumas casas com oito quiabos, coloca-se em uma tigela e acrescenta-se água fresca, bate-se com os dedos até ele espumar e ficar digamos ligado, a diferença que ele é ofertado em uma tigela ou uma gamela redonda.

AMALÁ: é comida ritual votiva do Orixá Xangô, Iansã, Obá. é feito com quiabos frescos, cortados em jogo da velha (#) levar ao fogo com tempero de camarao,cebola, gengibre ralados fritos no dende, ao corar o tempero jogar o quiabo, que não poderá ter sido molhado antes. Ir misturando sem por agua. Vai pingando vagarosamente gotas de agua, e batendo o amalá como se estivesse batendo um bolo, para que este cresça. Quando estiver bem cozido, servir em gamela forrada com pirao de farinha com dende. Este amala  serve apenas para Sango, no caso de Ayrá leva tudo acima, menos o dende e o pirao que forra a gamela é feito de farinha de acasá.
Aos Amalás poderao ser adicionados o Peito de boi cortado em cubos grandes, a rabada, a costela e a garganta, tudo do boi, para cada caso usa-se uma destas carnes. Rabada: prosperidade, Peito: justiça, Costela: feitiçaria, Garganta: casos de saúde. Sempre que for servir o amala de Sango deverá por ao lado uma vasilha branca com ajabó
continua.........