quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

As Águas de Oxalá

As Águas de Oxalá
Um tema tão complexo quanto misterioso, minha idéia é sintetizar um mínimo entendimento sobre um dos Orôs mais respeitados e tradicionais nas casas de candomblé Ketu/Nagô, o ritual das “Águas de Oxalá”.
Esse ritual anual de purificação, renovação, pode ser considerado um “rito de passagem”, o fim e o começo, um novo ciclo, reverencia a presença da água, fonte primordial da vida, que se apresenta em todos os rituais da Religião dos Orixás. A Água é enobrecida na abertura do calendário, com os ritos de Orixan’lá, como procedência de Orí no Ayê – Iyá Omí Olorí – mãe de Orí, uma antiga divindade das águas, a deusa que se assenta na fonte de origem, simbolicamente, um banco, cadeira de espelho no umbigo do mar, no seio das águas, lugar simbólico da transformação. Mãe Ancestral. A celebração do Orixá é precedida de uma meticulosa preparação, interação e durante 16 dias.
Oxalá representa a pureza, Obatalá, O rei do Imaculado ou O rei do Branco, não existirá outra cor durante os 16 dias na liturgia das Águas se não, o “Branco,” dentro do terreiro e a todos que lá chegarem, a retidão e o silêncio tomarão conta do Axé, tudo deverá estar limpo, a preocupação com as roupas que deverão estar alvas, engomadas e perfeitas. Do portão de entrada do terreiro até a porta do barracão e demais dependências, será estendido sobre nossas cabeças uma peça ou mais de morim branco, cobrindo como um teto os Orís de todos. Na maioria das casas, o ritual começa na madrugada da sexta-feira com a confecção do baluwê (pequena cabana feita com bambús e de folhagens de coqueiros, pitombas, etc) o ajubó do Oxalá mais velho será posicionado sobre uma enorme bacia, outros assentamentos de Oxalá podem ficar ao lado acompanhando o velho Orixá, permanecerão até o 2º domingo das águas quando então Oxalufan volta para sua casa. Começará então a procissão de ir no rio ou na fonte pegar água fresca, cada um com seu pote, jarro ou quartinha sobre seus Orís para depois levarem até a cabana de Oxalá e lá a Iyalorixá ou Babalorixá estará esperando todos e em ordem hierárquica, receberá as quartinhas com água e lavará o Orí de cada um, colocando um Obí no Orí cobrindo-o com um ojá. Esse ritual é feito em todos que se encontrarem na casa, abians, iniciados e visitantes, sem excessão, o Orí se renova. Retorna-se ao rio ou fonte mais algumas vêzes dando seguimento ao osé de Oxalá.
O ritual em algumas casas mais tradicionais é feito em quatro momentos e seguida de três domingos subsequentes com festas e grande orô. Os domingos de festa cumprem uma etapa fundamental das obrigações, o ciclo se realiza ao se reviverem durante os 16 dias o caminho mitológico do Orixá nos três domingos e tudo começa na saudação a Orixan’lá bem cedo em em frente ao seu Ojubó na cabana, todos prostados com o Orí sobre os punhos em formato de pilão, rezando e saudando o Orí ( Orí Aperê o).
1º Domingo-Festa de Oduduwá (ancestralidade- A Terra).
O caminho do Orixá, a paz silenciosa toma conta de tudo, as roupas alvas, a alimentação sem sal por 16 dias o ajeum funfun estará presente. O ciclo do primeiro domingo se fechará num orô somente com Orixás funfun em roda e os omolorixás da casa no toque tradicional do batá em celebração a Oduduwa ao mais antigo Orixá funfun.
2º Domingo- Festa de Oxalufan (ancestralidade- O Alá).
Continua o preceito e neste dia bem cedo antes do xirê, os assentamentos, cabaças e axés voltam para sua “Casa”, ao som de cantigas e revoadas de pombos brancos soltos por egbomis, um grande Alá acompanha o Orixá em seu retorno que passará para reverencias no Ilê Ibô Akú (casa de antigos ancestrais) e também na casa ou quarto de Yemanjá. Terminado a caminhada em sua casa ou quarto, o Grande Oxalufan descansará e as Iyás arrumarão seu ajubó entoando cantigas em tom baixo em respeito e devoção. Mais tarde na festa, o xirê se repetirá em roda, muito Ebô, o rítmo Igbí, Babá Daribô com seu Opaxorô nos brindará dançando ao som de cantigas toda sua odisséia.
3º Domingo- Festa de Oxaguian (Ancestralidade- O Pilão).
Orisagiyan é o Elemoaxó funfun, cantigas mais aceleradas e a dança do Guerreiro do universo, do Pai Senhor da Guerra à Paz. Aparecem as contas com seguí, símbolo que o dignifica como único Orixá funfun Ajagunan. A raiz de inhame é o elemento que se apresenta da cozinha direto para o barracão, como prato do preceito, em bolas de inhame pilado, alimento de expansão do Axé, o simbolismo da Tradição dos Orixás. . Cantigas lembraram os ritos do atorí e vários atoris são distribuidos pela Iyalorixá ou Babalorixá que dá início tocando em Oxaguian e depois vão tocando uns aos outros na roda de forma hierárquica em que do mais velho Oxalá ao mais novo iniciado da casa participam até que todos tenham sido tocados por Oxaguian. O ciclo e todas as festividades das Águas de Oxalá, de renovação da existência e expansão do Axé será encerrado formando novamente a roda e fazer o encerramento com a cantiga em reverencia Olodumare.
Axé.
Por Fernando D’Osogiyan
Pesquisa no livro de Maria das Graças de Santana Rofrigué- Orí Aperê – Mestre em Ciência da Religião PUC-SP. Pedagoga pela Universidade Católica de Salvador- Omolorixá do Asé Opo Afonjá-Bahia
Acervo cultural Asé Òsòlùfón-Íwìn-Guapimirim/RJ

Os caminhos de uma Abian

Os caminhos de uma Abian
Eu sou uma abian e sou uma abian feliz.
Mas ó, eu me sinto tão feliz, tão contente por ser abian… Pelo menos na casa que frequento, uma casa de Ketu, eu sou quase paparicada (risos): tem sempre alguém ao meu lado me ajudando, me ensinando a fazer alguma coisa, me perguntando se está tudo bem comigo, se estou precisando de alguma coisa… Se assisto a um ebori, ou algo sem tanto fundamento, sempre um egbomi fica ao meu lado para me explicar o que está acontecendo, me dizendo o porquê, o motivo…
Em alguns momentos, sinto medo de fazer santo: ficar careca, ficar 3 meses de kele, não abraçar meu marido, sentar no baixo, dormir na esteira, não me depilar, usar leite de rosas no lugar do desodorante, ficar sem os meus creminhos antiidade diversos
andar na rua com o kele escondidinho, enroladinho num pano branco, ou com uma echarpe branquinha o cobrindo… Nossa, chega a me dar PAVOR! Além disso, sou casada e o pior de tudo: meu marido não entende nada mas profundamente a minha decisão
Mas são nessas horas que eu penso em sángo.
Penso no amor por Ele, penso na relação maravilhosa que estou construindo com o meu Orixá e coloco algumas coisas na balança. Sabe, Orixá nenhum vai me matar, me aleijar ou me “cobrar” de forma alguma se eu não fizer santo. Mas eu sei que, em algum momento antes de nascer, lá no Órun (céu), eu firmei um pacto: eu disse a sango que eu queria atravessar as dificuldades da minha vida de mãos dadas com Ele, para que Ele me carregasse no colo quando eu não tivesse forças para andar com as minhas pernas. E nesse momento, minhas próprias idéias se clareiam, a mente “desanuvia” e eu vejo que não há sacrifício nenhum em ser uma Iyawo, em ter minha cabeça raspada e cumprir 3 meses de kele e 1 ano de resguardo para alguns preceitos.
Nesse momento eu lembro que as coisas das quais eu me resguardo durante o tempo de preceito, são energias que eu deixo de absorver. Sabe, tudo no mundo é troca de energias, e, quando eu me preservo de algumas coisas, quando eu me resguardo de algumas coisas, eu evito absorver uma energia menos positiva que a do meu Orixá, ou até mesmo uma energia realmente negativa, e acumulo dentro de mim, apenas a energia linda, positiva e fantástica que o meu Pai compartilhará comigo a partir do momento da iniciação. Também conversei de forma muito longa e profunda com o meu marido, e disse para ele que a iniciação e o resguardo que são pedidos são apenas para trazer coisas boas para a minha vida e, consequentemente, se eu estiver melhor, se a minha energia estiver melhor, a nossa vida em família, como um todo, também estará melhor. E sango, em Sua sabedoria, também arrumou diversas maneiras de mostrar ao meu marido que Ele só quer o melhor para mim e, consequentemente, o melhor para mim acaba sendo o melhor para nós dois.
Ser abian é fantástico para mim: estou aprendendo, estou fazendo um curso de Religiosidade Africana, que é pra me iniciar numa religião tendo total e completa certeza do que é Candomblé e do que eu quero. Estou curtindo a fase de “namoro” com o meu Orixá: não me interessa a qualidade dele, apenas que Ele é uma energia única, fantástica, soberana na minha vida. Estou O conhecendo. E estou sofrendo uma ansiedade gostosa, louca para me iniciar, tendo certeza que, não importa o caminho: o que importa é que a colheita dos frutos junto ao meu Pai será linda, será farta, será de enorme retorno para mim.
Acredito que ser abian é o momento de perguntar TUDO, de falar, de me informar,
quanto às minhas perguntas q serão respondidas após a iniciação. Ser abian, pelo menos na casa que eu frequento, é ser um feto, se preparando para nascer, se preparando para BI (verbo nascer em Ioruba), e para nascer, se precisa aprender a viver depois disso. Se você não está à vontade, converse com o seu Babalorixá: ele é seu zelador, zelador do seu Orixá. Diga a ele que se sente de lado, que isso a magoa: se ele não puder resolver, você terá feito a sua parte. Não importam cargos nesse momento: o que importa é uma conversa franca e honesta sobre os seus sentimentos. A ausência dela pode causar um arrependimento depois da iniciação, por não ser tratada da maneira que se esperava e isso pode gerar uma frustração até mesmo com o próprio Orixá / Vodum / Nkise, mesmo quando sabemos q o nosso ancestral não tem nada a ver com os erros dos que nos cercam.
Ser abian para mim é o tempo de conhecer a religião e me apaixonar pelo meu Orixá.
Sou borizada meu pai varlterlino de logun edé.
criada desde o ventre na religião por minha mãe carnal a yalorisá omininde de osun.
Eu sou uma abian feliz.
Eu amo esse espaço enormemente e sei que vocês sabem disso
Obrigada por manterem o o face de osun omininde funcionando!!
Vocês são incríveis!!
Que Osum ,sango e logunedé abençõe a todos nós!
Beijos no coração!!

Águas de Oxalá

Águas de Oxalá
Candomblé
Casa branca engenho velho.jpg Ilê Axé Iyá Nassô Oká - Terreiro da Casa Branca - a casa de candomblé mais antiga de Salvador, na Bahia
Religiões afro-brasileiras
Princípios Básicos Deus queto | Olorum | Orixás Jeje | Mawu | Vodun Banto | Nzambi | Nkisi
Templos afro-brasileiros Babaçuê | Batuque | Cabula Candomblé | Culto de Ifá Culto aos Egungun | Quimbanda Macumba | Omoloko Tambor-de-Mina | Terecô | Umbanda Xambá | Xangô do Nordeste Sincretismo | Confraria
Literatura afro-brasileira Terminologia Sacerdotes Hierarquia
Religiões semelhantes Religiões Africanas santería Palo Arará Lukumí Regla de Ocha Abakuá Obeah
As Águas de Oxalá é uma festa anual em homenagem a Oxalá, no Ilê Opó Afonjá. É descrita sem detalhes por Mestre Didi:
Na quinta-feira à noite, antes de se iniciarem os preceitos desta cerimônia, das 7 horas da noite até à meia noite, todos os filhos da casa devem fazer um Bori. Em muitas casas essa obrigação tem sido substituída por um obi, para poderem carregar as águas.
Depois desse Bori ou obi, [os filhos da casa] recolhem-se, até que são acordados, antes do nascer do sol pela Yalorixá ou pelo Babalorixá para iniciarem o preceito das águas.
Os filhos do Axé, trajados de branco, saem em silêncio do terreiro, em procissão, carregando potes e moringas, tendo à frente a Iyalorixá tocando o seu ajá.
No tempo de Mãe Senhora, dirigiam-se para uma fonte chamada Riacho, que fica ao lado da Lagoa da Vovó, nessa roça de São Gonçalo do Retiro. Hoje, essa obrigação é feita dentro do próprio terreiro.
Trata-se de um ato de respeito, um pedido de perdão pelas injustiças ocorridas com Oxalá em sua visita ao Reino de seu filho Xangô (Ver a lenda da viagem de Oxalá ao reino de Xangô, em Ayrà).
Na parte externa, é feita uma caminhada pelas ruas de Salvador até Igreja do Senhor do Bonfim. Esta grande homenagem é iniciada através de vários rituais iniciados no ano anterior e concretizados no mês de janeiro através da lavagem das escadas da igreja, em homenagem ao Pai Oxalá, chamada de Lavagem do Bonfim.
Não se pode esquecer que a lavagem das escadarias é um ritual criado pelo sincretismo religioso, forçosamente adotado pelos escravos para ocultar seus orixás dos senhores e que Oxalá nada tem a ver com Jesus Cristo, sendo então duas divindades de religiões distintas.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

ASÉ SEMPRE

BOA NOITE A TODOS
ASSUNTO DELICADO.
QUANDO SE DEVE TROCAR DE ILE.
EXISTE VÁRIOS FATORES QUE ENVOLVE ESTA AÇÃO.
MAS NUNCA DEVEMOS RENEGAR A NAVALHA QUE NOS SAJO.
VOCE QUE HOJE É UM EBOMY É PORQUE UM DIA FOI INICIADO POR UM BABALORIXÁ OU YALORIXÁ.
O MÉRITO DE NOSSA VIDA ESTÁ NUM CONUNTO DE CARGAS POSITIVAS É A REUNIÃO DE FORÇAS.
CADA UM DEU O QUE PODIA OFERECER AO FILHO.
EXISTE MOTIVOS FÚTEIS,
ASSIM COMO COISA SÉRIAS INACEITÁVEIS.
ASSIM VAI O MINHA OPINIÃO.
CADA ORIXÁ ESCREVE OS CAMINHOS QUE CADA FILHO VAI SEGUI.
OLORUM MODUPÉ!ASÉ

Hierarquia no candomblé Ketu



Hierarquia no candomblé Ketu
Iyá / Babá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
Iyalorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
Alagbá: Cargo masculino, chefe dos Oyê. Em algumas casas é também chamado de Ogan. Pode desempenhar diversas tarefas de cunho espiritual e civil e não entra em transe.
Mogbá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Ministro de Xangô.
Tojú Obá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Olhos do Rei.
Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.
Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.
Iyamorô: Responsável pelo Ipadê de Exu.
Iyaefun ou Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iaôs.
Iyadagan e Ossidagã: Auxiliam a Iyamorô.
Axogun: Sacerdote responsável pelo sacrificio dos animais. Dependendo do caso, no ritual de iniciação, este sacerdote pode assumir outro cargo, ja que axogun é um ogan.
Aficobá: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Xangô.
Aficodé: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Oxossi.
Iyabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.
Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
Iyatebexê ou Babatebexê: Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé.
Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
Iyalabaké: A guardiã do alá de osaala.
Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia.
Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um egbomi.
Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do egbe (similar a relações públicas).
Otun e Osy Axogun são os auxiliares do Axogun
Apokan responsavel pelo culto de Olwuaye e o Olugbaj

O CARGO DE KEDJI: EKEDJI



Hierarquia no candomblé Ketu
Iyá / Babá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
Iyalorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
Alagbá: Cargo masculino, chefe dos Oyê. Em algumas casas é também chamado de Ogan. Pode desempenhar diversas tarefas de cunho espiritual e civil e não entra em transe.
Mogbá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Ministro de Xangô.
Tojú Obá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Olhos do Rei.
Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.
Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.
Iyamorô: Responsável pelo Ipadê de Exu.
Iyaefun ou Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iaôs.
Iyadagan e Ossidagã: Auxiliam a Iyamorô.
Axogun: Sacerdote responsável pelo sacrificio dos animais. Dependendo do caso, no ritual de iniciação, este sacerdote pode assumir outro cargo, ja que axogun é um ogan.
Aficobá: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Xangô.
Aficodé: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Oxossi.
Iyabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.
Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
Iyatebexê ou Babatebexê: Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé.
Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
Iyalabaké: A guardiã do alá de osaala.
Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia.
Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um egbomi.
Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do egbe (similar a relações públicas).
Otun e Osy Axogun são os auxiliares do Axogun
Apokan responsavel pelo culto de Olwuaye e o Olugbajé

Hierarquia do candomblé Jeje

Hierarquia do candomblé Jeje[editar | editar código-fonte]
Os vodunsis da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné

No Jeje-Mahi

Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sogbô
Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá
No Jeje-Mina Casa das Minas

Toivoduno
Noche
No Kwé Ceja Houndé

Gaiaku, cargo exclusivamente feminino
Ekede
Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.
Hierarquia do candomblé Jeje
Os vodunsis da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné
No Jeje-Mahi
Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sogbô
Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá
No Jeje-Mina Casa das Minas
Toivoduno
Noche
No Kwé Ceja Houndé
Gaiaku, cargo exclusivamente feminino
Ekede
Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.

Hierarquia do candomblé Bantu Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo

Hierarquia do candomblé Bantu
Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo

Tata Nkisi - Zelador.
Mametu Nkisi - Zeladora.
Tata Ndenge - pai pequeno.
Mametu Ndenge - Mãe pequena(há quem chame de Kota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
Tata NGanga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
Kambondos - Ogãs.
Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
Tata Kivanda - Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher mestrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não mestruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de prefer~encia ser uma senhora de idade e que não mestrue mais.
Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa(ndemburo = runko).
Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
Tata Nganga Muzambù - babalawo - pessoa preparada para jogar búzios.
Kutala - Herdeiro da casa.
Mona Nkisi - Filho de santo.
Mona Muhatu Wá Nkisi - Filha de santo (mulher).
Mona Diala Wá Nkisi - Filho de santo(homem).
Tata Numbi - Não rodante que trata de babá Egun(Ojé).
Sacerdotes na África[editar | editar código-fonte]
BANTU (ANGOLA-KONGO).

Kubama..................adivinhador de 1a categoria.
Tabi....................adivinhador de 2a categoria.
Nganga-a-ngombo.........adivinhador de 3a categoria.
Kimbanda................feiticeiro ou curandeiro.
Nganga-a-mukixi.........sacerdote do culto de possessão (Angola).
Niganga-a-nikisi........sacerdote do culto de possessão (Kongo).
Mukúa-umbanda...........sacerdote do culto de possessão (Angola-Kongo).
Divisão Sacerdotais no Brasil[editar | editar código-fonte]
Angola - língua quimbundo - Kongo - língua quicongo

Mam’etu ria mukixi......sacerdotisa no Angola.
Tat’etu ria mukixi......sacerdote no Angola.
Nengua-a-nkisi..........sacerdotisa no Kongo.
Nganga-a-nkisi.........sacerdote no Kongo.
Mam’etu ndenge..........mãe pequena no Angola.
Tat’etu ndenge..........Pai pequeno no Angola.
Nengua ndumba...........mãe pequena no Kongo.
Nganga ndumba...........pai pequeno no Kongo.
Kambundo ou Kambondo....todos os homens confirmados.
Kimbanda................Feiticeiro, curandeiro.
Tat'a Ngunzo............responsável pelo ngunzo (axé) da casa. E segredos dos orôs.
Kisaba.................pai das sagradas folhas.
Tata utala..............pai do altar.
Kivonda.................Sacrificador de animais (Kongo).
Kambondo poko...........sacrificador de animais (Angola).
Kuxika ia ngombe........Tocador (kongo).
Muxiki..................tocador( Angola).
Njimbidi................cantador.
Kambondo mabaia.........responsável pelo barracão.
Kota....................todas as mulheres confirmadas.
Kota mbakisi............responsável pelas divindades.
Hongolo matona..........especialista nas pinturas corporais.
Kota ambelai............toma conta e atende aos iniciados.
Kota kididi............toma conta de tudo e mantém a paz.
Kota rifula.............responsável em preparar as comidas sagradas.
Mosoioio................as (os) mais antigas.
Kota manganza............título alcançado após a obrigação de 7 anos.
Manganza.................título dado aos iniciados.
Uandumba................designa a pessoa durante a fase iniciatória.
Ndumbe..................designa a pessoa não iniciada.
Referências

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

ODÚ IGÊ TY' YA NEIDE (OMININDÊ DE OSUN).wmv

Odu ejé

Odu ejé
Odu ejé, orò odún kéje ou odum ejé são nomes pertinentes a obrigação de sete anos, que pode ocorrer a partir dos sete anos de feitura de santo de um elegun, iaô ou outro iniciado, desde que estes tenham pago suas obrigações de um (1) ano odú Kíní e três anos odú kétà.
Importância[editar
Esta obrigação é uma das mais significativas e importantes na vida de um iniciado, pelo fato de marcar um novo ciclo, adquirindo posição ou status na hierarquia familiar do candomblé, pois é um rito de passagem de iaô para ebonmi.
Dependendo do espírito de iniciativa, liderança e aptidão, que esta pessoa tenha no ciclo de convivência do povo do santo, pode ser pronunciada a comunidade, pelo seu babalorixá ou iyalorixá a continuar no ile axé de iniciação, agora como sacerdote ou sacerdotisa, ocupando cargos como iamorô, iyalaxé, sarapembê, iyaefun etc. Ordinariamente se ouve dizer que "fulano de tal" recebeu o cargo na obrigação de sete anos.
Neste sagrado ritual, o novo ebonme estará apto também a tornar-se um Babalorixá ou Iyalorixá para fundar o seu próprio ile axe, dependendo da confirmação no jogo de merindilogun consultado previamente. Daí a obrigação de Odu Ije como é chamada mais popularmente, Odu Èje (referente ao número 7 - Èje) é programado e feito com outro ritual chamado de Oyê.
YALORISA OMININDE DE OPÁRÁ

Os Orixás que Devem Ser Cultuados em 2015

Os Orixás que Devem Ser Cultuados em 2015
1. Ifá – para orientação, paz de espírito, direção, elevação e identificação do destino;
2. Orí – para sucesso em todos os campos da vida, cumprimento e elevação do destino;
3. Exú Odàrà – para vitória, acolhimento, proteção e sucesso;
4. Egbe – para o sucesso em geral, camaradagem e bem-estar;
5. Ogum – para proteção e direcionamento;
6. Òkè – para vida longa e vitalidade;
7. Xangô – para vitória contra as adversidades e para elevação espiritual;
8. Ajé – para riqueza e sucesso;
9. Obatalá – para felicidade, crianças, apoio e elevação;
10. Egungun – para apoio dos ancestrais;
11. Oxum – para vitória contra conspirações, um bom cônjuge e sucesso.

ÌYAWO,


Ìyawo
Ah se você soubesse como é lindo ver sua gestação no útero (honkò) do Ile, na tua simplicidade do branco, ver sua iniciação e seu nascimento para a religião. Te dar de comer, dar banho, tudo com hora certa, dormir contigo para velar por você durante a noite.
Ah Ìyawo, se você soubesse como é lindo acompanhar o primeiro Ilá de seu Orisa... Se você soubesse como é lindo, lhe entregar suas joias, que são seu ikelé, seu mokan, as contas de seus Orixás, sua umbigueira, seus braços adornados com seus contra-egun.
Ah Ìyawo você vai crescer forte, logo vem sua primeira obrigação, a de 1 aninho, depois a de três, de cinco e rapidinho chega a de 7 anos, quando seu caminho na vida lhe será entregue. Chega tão rápido, passa tão rápido, que você tem que aproveitar cada oportunidade de sua vivencia no terreiro para aprender tantas coisas com seus Egbomis, os Ogãn, as Ajoyes, e seu Zelador. São tantas coisas, que você vai precisar saber dentro do culto, que às vezes sete anos não bastam. Vai ser preciso mais. Se às vezes seus mais velhos ou seu Zelador perderem a paciência e brigarem com você, entenda, você é uma criança, e às vezes crianças são xeretas, desobedientes, travessas, teimosas, mas a correção sempre será para seu bem, para o seu crescimento.
Então se o seu caminho for para ser Zelador, não se apresse, deixe que seu Orisa te guie, deixe que ele decida quando e quem será seu primeiro filho. Talvez você já tenha se esquecido de quanto trabalho dá para se criar um Ìyawo, de quanta responsabilidade um Zelador tem que ter, pois para sempre, ele será pai e de muitos filhos ao mesmo tempo. 
Se você se tornar um Egbomy, sua vida será mais tranquila, você ficara na casa de seu Zelador, mas nem por isso terá menos responsabilidade, você se tornará um IRMÃO MAIS VELHO, que servirá de exemplo, que guiara pelas mãos os mais novos, que ajudará a ensinar os novos Ìyawo, mantendo vivo o Ile de seu Zelador, o SEU Ile. 
Ìyawo, sem você o Candomblé morre, sem você a religião não terá futuro.
ÌYAWO, VOCÊ É A MINHA, A NOSSA CONTINUAÇÃO, VOCÊ É QUE MANTERÁ VIVO O CULTO AO ORISA!
Texto de: Egbomy Maycon Ty Odé
Ìyawo
Ah se você soubesse como é lindo ver sua gestação no útero (honkò) do Ile, na tua simplicidade do branco, ver sua iniciação e seu nascimento para a religião. Te dar de comer, dar banho, tudo com hora certa, dormir contigo para velar por você durante a noite.
Ah Ìyawo, se você soubesse como é lindo acompanhar o primeiro Ilá de seu Orisa... Se você soubesse como é lindo, lhe entregar suas joias, que são seu ikelé, seu mokan, as contas de seus Orixás, sua umbigueira, seusbraços adornados com seus contra-egun.
Ah Ìyawo você vai crescer forte, logo vem sua primeira obrigação, a de 1 aninho, depois a de três, de cinco e rapidinho chega a de 7 anos, quando seu caminho na vida lhe será entregue. Chega tão rápido, passa tão rápido, que você tem que aproveitar cada oportunidade de sua vivencia no terreiro para aprender tantas coisas com seus Egbomis, os Ogãn, as Ajoyes, e seu Zelador. São tantas coisas, que você vai precisar saber dentro do culto, que às vezes sete anos não bastam. Vai ser preciso mais. Se às vezes seus mais velhos ou seu Zelador perderem a paciência e brigarem com você, entenda, você é uma criança, e às vezes crianças são xeretas, desobedientes, travessas, teimosas, mas a correção sempre será para seu bem, para o seu crescimento.
Então se o seu caminho for para ser Zelador, não se apresse, deixe que seu Orisa te guie, deixe que ele decida quando e quem será seu primeiro filho. Talvez você já tenha se esquecido de quanto trabalho dá para se criar um Ìyawo, de quanta responsabilidade um Zelador tem que ter, pois para sempre, ele será pai e de muitos filhos ao mesmo tempo.
Se você se tornar um Egbomy, sua vida será mais tranquila, você ficara na casa de seu Zelador, mas nem por isso terá menos responsabilidade, você se tornará um IRMÃO MAIS VELHO, que servirá de exemplo, que guiara pelas mãos os mais novos, que ajudará a ensinar os novos Ìyawo, mantendo vivo o Ile de seu Zelador, o SEU Ile.
Ìyawo, sem você o Candomblé morre, sem você a religião não terá futuro.
ÌYAWO, VOCÊ É A MINHA, A NOSSA CONTINUAÇÃO, VOCÊ É QUE MANTERÁ VIVO O CULTO AO ORISA!
Texto de: Egbomy Maycon Ty Odé

domingo, 11 de janeiro de 2015

O Ovo no Candomblé (Parte 2)



O ovo cru com seu frescor, quando utilizado inteiro em oferendas, tem a função de tranqüilizar e refrescar. Por isso é comum vermos muitos ovos crus depositados no chão, aos pés de certos Ojùbò (assentamentos dos Òrìsas). A finalidade será de atrair abundância e proteção, fazendo com que todas as divindades compreendam perfeitamente que o èbò é uma súplica de fertilidade e germinação de filhos, e, dependendo da atuação da Divindade, ela não só atuará no tocante a fertilidade, mais também propiciará dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida.
Já quando quebrados diretamente na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% de qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Orí de uma pessoa.
Quando num Èbò, ovos crus são atirados no chão ou quebrados em cima do corpo de uma pessoa, num sacrifí¬cio de purificação, vulgarmente chamados de descarrego, terá a finalidade de desobstruir os caminhos, tirando as dificuldades da vida da pessoa ou qualquer espírito de força contrária que esteja acoplado no corpo (obsessores).
Ao ser quebrado, ele revela sua riqueza e seu poder, tanto sobrenatural, como concreto, pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, num tipo de substituição ou troca, que acabará com o problema que aflige a pessoa, possibilitando o fim uma situação negativa.
Por este motivo é que o ovo cru deve ser quebrado, principalmente no Òri de uma pessoa, numa preparação da cabeça, que logo depois irá levar ritos sacrificatórios; começando 1º pelo sangue negro, o Agbo-tutu (sumo de ervas frescas), em seguida o sangue vermelho de aves ou quadrúpedes, e finalmente o sangue branco do igbin (caracol), que é espremido por cima de tudo, purificando e possibilitando a existência de forças sobrenaturais, acalmando e fertilizando a cabeça que estará recebendo o puro àsé. com a união dos três sangues primordiais, após ter sido purificada com o ovo cru, possibilitando a pessoa obter sorte, dinheiro, felicidade, fertilidade, saúde e tranqüilidade.
Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome Ìyàmi-Òòsòróngà é respeitosamente citado e reverenciado, porque, qualquer que seja o ovo, este lhe pertencerá, como relata vários Itãn-Ifá.
Quebrar um ovo na rua, atirando ao chão pela manhã, por três ou sete dias consecutivos, chamando Èlegbara e Ìyàmi-Òòsòróngà e espargindo dendê por cima do ovo, é um simples e poderoso ritual do culto de Ìyàmi-Òòsòróngà , com a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo, acalmando qualquer energia avessa ao caminho de uma pessoa.


O ovo cru com seu frescor, quando utilizado inteiro em oferendas, tem a função de tranqüilizar e refrescar. Por isso é comum vermos muitos ovos crus depositados no chão, aos pés de certos Ojùbò (assentamentos dos Òrìsas). A finalidade será de atrair abundância e proteção, fazendo com que todas as divindades compreendam perfeitamente que o èbò é uma súplica de fertilidade e germinação de filhos, e, dependendo da atuação da Divindade, ela não só atuará no tocante a fertilidade, mais também propiciará dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida.
Já quando quebrados diretamente na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% de qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Orí de uma pessoa.
Quando num Èbò, ovos crus são atirados no chão ou quebrados em cima do corpo de uma pessoa, num sacrifí¬cio de purificação, vulgarmente chamados de descarrego, terá a finalidade de desobstruir os caminhos, tirando as dificuldades da vida da pessoa ou qualquer espírito de força contrária que esteja acoplado no corpo (obsessores).
Ao ser quebrado, ele revela sua riqueza e seu poder, tanto sobrenatural, como concreto, pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, num tipo de substituição ou troca, que acabará com o problema que aflige a pessoa, possibilitando o fim uma situação negativa.
Por este motivo é que o ovo cru deve ser quebrado, principalmente no Òri de uma pessoa, numa preparação da cabeça, que logo depois irá levar ritos sacrificatórios; começando 1º pelo sangue negro, o Agbo-tutu (sumo de ervas frescas), em seguida o sangue vermelho de aves ou quadrúpedes, e finalmente o sangue branco do igbin (caracol), que é espremido por cima de tudo, purificando e possibilitando a existência de forças sobrenaturais, acalmando e fertilizando a cabeça que estará recebendo o puro àsé. com a união dos três sangues primordiais, após ter sido purificada com o ovo cru, possibilitando a pessoa obter sorte, dinheiro, felicidade, fertilidade, saúde e tranqüilidade.
Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome Ìyàmi-Òòsòróngà é respeitosamente citado e reverenciado, porque, qualquer que seja o ovo, este lhe pertencerá, como relata vários Itãn-Ifá.
Quebrar um ovo na rua, atirando ao chão pela manhã, por três ou sete dias consecutivos, chamando Èlegbara e Ìyàmi-Òòsòróngà e espargindo dendê por cima do ovo, é um simples e poderoso ritual do culto de Ìyàmi-Òòsòróngà , com a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo, acalmando qualquer energia avessa ao caminho de uma pessoa.

O Ovo no Candomblé (Parte 1)

O Ovo é utilizado em diversos rituais do candomblé e da umbanda como um simbolo de atrair fertilidade, dinheiro, prosperidade, amor, paz…
O Ovo pertence à Orixá Oxum (São os olhos de Oxum)  e na hora das obrigações faz-se um corte em cruz no topo do Ovo (Cozido) para representar a abertura dos olhos de oxum para o que está acontecendo.
O ovo é o principal e maior símbolo da fertilidade, utilizado amplamente nos rituais de purificação, iniciação, borí e ebós de propiciação e defesa.
Existem vários contos de Ifá relatando a grande importância do Ovo. Um deles conta que Òlódunmàré (Deus) estava para dar origem ao universo, tinha num pote de barro “4 ovos”. Com o 1º ovo, deu origem
a Òòrìsànlà-Òbátálà, surgindo na explosão da luz, sem forma, quando literalmente Deus disse: – haja luz! E assim Òòrìsàlà surgiu no mundo.
Com o 2º, deu origem a Ògún, a forma.
Com o 3º, deu origem a Òbálúwàiyé, a estrutura.
Com 4º, o ovo acidentalmente cai de suas mãos, estourando-se no chão e revelando sua riqueza. Origina-se assim, a primeira mulher universal chamada Ìyàmi-Òsòróngà, expondo o segredo de sua riqueza para o grande pai, ou seja, mostrando seu poder de fertilidade sobrenatural, exposto a olho nu, diante do Deus Supremo, nascendo assim, a fonte mantenedora da vida.
O Ovo possui três diferentes cores, associado às cores principais e primordiais do universo:
  •   o ovo de casca azul, representando a cor preta relacionada ao “Aba” = a escuridão (As trevas das profundezas da terra e dos mares);
  •   O ovo de casca branca, relacionada ao “Iwà” = a explosão da luz.
  • Finalmente o ovo de casca vermelha, relacionada ao Àsé = fogo mantenedor da fertilidade, totalmente relacionado ao poder sobrenatural. Seu conteúdo possui diversas características, as quais, na maioria das vezes, é branco, frágil e oval. Dele nasceu um novo ser associado a idéia de que o universo surgiu, primordialmente, dele próprio, na forma de um protótipo do mundo, como um filho de asas negras = Ìyàmi-Òsòróngà, que foi cortejada pelo vento = Òòrìsànlà-Òbátálà.

Oxala xirê - Oxaguia ketu - Completo com letra e tradução

Poema de Ifá: A luta entre Ifá e o Ajé

Ifá é uma religião e sistema de adivinhação e refere-se aos versos do corpus literário conhecido como o Odu Ifá . Orunmila é identificado como o Grande Sacerdote, como ele é que revelou a divindade ea profecia para o mundo.
- Então Òrúnmilá colocou o àsé de Èsú em sua boca.
O ser humano sempre questionou o motivo de sua estadia sobre a Terra e, principalmente, o mistério que envolve o seu futuro. A insegurança em relação ao porvir fez com que o homem tentasse, de diferentes maneiras, prever o que lhe estava reservado, precavendo-se desta forma, da má sorte, ao mesmo tempo em que assegura a efetivação de acontecimentos tidos como benéficos. Muitos são os  processos utilizados nestas finalidade e, no decorrer dos séculos, diversos sistemas oraculares fora  desenvolvidos e consultados com maior ou menor possibilidade de erros e acertos. Dentre os sistemas  oraculares utilizados pelas pessoas na ânsia de descobrir o futuro ou contatar as deidades com a  finalidade de desvendar o motivo de suas provocações, destacamos alguns como a Cartomancia, a  Quiromancia, a Geomancia e a Astrologia, que por sua popularidade e contabilidade, continuam a ser  muito solicitadas nos dias atuais. Quase todos os oráculos, independentemente de sua origem cultural,  tendem ao aspecto religioso, sugerindo sempre uma prática ritualista de caráter muito mais místico que  científico. No Brasil, o sistema divinatório mais amplamente divulgado, aceito e praticado, é o  popularmente denominado "Jogo de Búzios" que tem sua origens nas religiões africanas, mas  especificamente no culto de Òrúnmìlá, o Deus da Sabedoria e da Adivinhação. O presente trabalho  apresenta-se como uma proposta essencialmente didática que por isto mesmo, não assegura à pessoas  não iniciadas o direito de ter acesso ao oráculo. Pois como será explicado mais adiante, o Jogo de Búzios, como quase todos os demais processos adivinhatórios, tem como pré-requisito a iniciação por  parte do adivinho, assim como a consagração dos objetos concernentes à prática oracular. Segundo  alguns Babalawo, somente eles podem através do Jogo dos Ikins, determinar o ODÚ de qualquer  pessoa. Isto é contestado em várias literaturas sobre o assunto, com muita veemência. O que podemos  afirmar, é que qualquer pessoa habilitada a consultar o Oráculo, pode através dos búzios, "sacar" o ODÚ  pessoal de quem quer que seja, sem que para isto o interessado tenha que ser submetido a qualquer  tipo de iniciação e que este tipo de procedimento é indispensável para todos os iniciados e iniciandos. O  princípio do ÀSÉ está presente em todos os elementos naturais animados e inanimados e é oferecido ao  homem através do seu ÒRÍ pelo ÈSÚ. Èsú é também o portador dos sacrifícios e oferendas, OJISÉ-EBÓ  - carregador de ebó. O ebó é o ato pelo qual o homem devolve a natureza parte daquilo que recebeu e  pleiteia novas benesses. O ebó renova o Àsé pessoal, presente nos assentamentos do ofertante, ou  seja, nos objetos rituais nos quais se fixaram os seus compromissos com seu ÒRÍSÀ (dono do ÒRÍ). Esú conduz o ebó ao destinatário, o ÒRÍSÁ, que, interdependente do Òri do próprio homem, recebe a oferta,  reforça e acrescenta o ÀSÉ, que outra vez é trazido pelo Èsú para permitir ao ofertante a mudança da  realidade e do destino desejado. Dar-receber, e, síntese de acrescentar é a ação de ÈSÚ OJISÉ-EBÓ,  integrando dialeticamente o homem ao mundo exterior. É o ato que reintegra o indivíduo na harmonia cósmica pela absorção e restituição de energia, princípio mesmo a existência humana. A posse do ÒRÍ  pelo ÒRÍSÁ não se confunde com a despersonalização total e posse mediúnica dos terreiros espíritas de  "macumba". Os "encantados" (Iyawô e Eleguns = mulheres e homens iniciados na roda de encantados),  não se despem da sua personalidade, mas acrescentam ao seu ÒRÍ, as forças vitais da natureza e de  sua comunidade sintetizadas em seu Òrísá. Não se tornam uma entidade alienígena, superior, divina ou  santa. O Òrísá manifestado não precisa falar, comer ou beber para se expressar. A sua dança  característica o identifica e expressa a energia de sua presença. Na concepção Yoruba, o humano  possui 3 elementos associados que olhe permitem atuar como ser vivo: ARA / EGBÉ – corpo material; EMI – a respiração (energia vital que anima o EGBÉ) e o ÒRÍ – a mente ou a cabeça (o mais importante,  dotado originariamente de uma herança ancestral). Nenhum desses elementos, entretanto, quando  dissociados, possui personalidade própria, e tanto o EMI como o ÒRÍ não correspondem à idéia cristã ou  espiritualista de alma". O EMI, separado do EGBÉ permanece como energia pura, podendo animar  qualquer outro ser. O ÒRÍ, como vimos, porta a esperança ancestral sintetizada e implícita nos 4  elementos: OMI (água), IBI ou ARÔ ou ILÊ (terra), INÁ ouGBINÁ (fogo) e AFEFÉ (ar). Estes elementos  que permitem a fixação do Orisá no Orí, de acordo com sua identificação ou tendência, como, por  exemplo: Sangò – INA; Omolú – ILE; Osun – OMIe Osalá – AFEFÉ. Pela iniciação se dá a recriação do  Ser na integração definitiva do EGBÉ e EMI com Orí, através da "feitura da cabeça". É ainda o SEU, no  BARA, que sintetiza dialeticamente as entidades ligadas ao funcionamento fisiológico do indivíduo:  ANUN (GEGE) / ENU (boca), AGBENDÚ / INU (estômago), EYA (sexo) e WIWI / IFÓHUN / ORÓ (fala).  O Ser adquire sua personalidade definitiva com o BARA, com a síntese do EBGÉ com o EMI e o ÒRÍ. Na  sua morte, pelo ritual do ASESE, libera-se o ÒRÍSÁ (o dono da cabeça e o ÈSÚ individual), também no  ÒRÍ se acumula o ÀSÉ. O ÒRÚN não existe sem AIYE e ambos dependem do desenvolvimento do ÒRÍ.  A evolução do ÒRÍ é um trabalho constante de seu portador, o homem, desde a escolha do ÒRÍSÁ  certo, pela leitura de seu ODU pessoal obtido pelo Babalawo ou Iyalòrìsá no jogo de búzios ou pelo  ÒPÈLÉ IFÁ. Desde seu conhecimento de seu ODÚ pessoal, o homem inicia seu BARA, passa a cumprir  sua obrigações" com seu ORIXÁ e, assim, desenvolve e revitaliza o seu ÒRÍ. É este ÒRÍ que possibilita  homem a formar e a mudar o seu destino e transformar a própria natureza ao seu redor. Para os  Yoruba, o homem que, em sua constante evolução dialética, desenvolve em vida o ÒRÍ pela magia do  ÀSÉ e recria na morte pela contradição implícita do ARAORUN (que surge do próprio òrí); o eterno  princípio. Dessa forma, identificam noamor humano o maior dos ÀSÉ, o grande princípio. O  conhecimento do ODU pessoal é, como ficou claro, de suma importância para que se encontre o perfeito  equilíbrio na vida, seguindo as orientações contidas no ratado do seu ODU, o ser humano poderá  prosseguir em sua vida com total segurança, evitando os percalços ocasionados pela quebra de tabus,  que nos levam a situações inusitadas e indesejáveis de desconforto e infelicidade. É muito raro  encontrarmos pessoas que sejam de ODU MEJI e a possibilidade matemática de que isso possa ocorrer  é muito remota. Todos tem o direito de orientar suas vidas, buscar o equilíbrio e a segurança que o conhecimento das mensagens contidas nos seus ODU pessoais podem proporcionar e isto só é possível através da consulta ao Oráculo de Ifá, devendo serem desprezadas todas e quaisquer  técnicas baseadas em cálculos matemáticos, feitos, quer seja a partir da data de nascimento da  pessoa, quer seja pela numerologia de seu nome. O Oráculo Divinatório de Ifá é praticado há muitos  e muitos séculos, sendo originário do coração da África Negra, desde uma época em que as pessoas  sequer conheciam o calendário, não sabiam as datas dos seus nascimentos, não liam, não escreviam e  não dominavam a Aritmética.

De que forma, questionamos, poderiam saber qual a ODU pertenciam?

A Numerologia é uma ciência completa e eficiente, mas de origem absolutamente diversa do Oráculo de Ifá, ao qual é estranha.
Sabemos que os algarismos correspondem à potências e energias que atuam efetivamente sobre o destino do homem, mas isto nada tem a ver com o Ifá. Se os cálculos matemáticos funcionassem dentro do nosso sistema oracular, a coisa seria simplificada de tal forma, que poderíamos jogar fora os búzios, opele, aiyo e os ikins e substituí-los por calculadoras ou computadores que, com o simples acionar de algumas teclas, nos dariam as respostas desejadas.

VI Poema de Ifá: Ajalá e a escolha de ÒRÍ

"KÓ SOOSA TÍÍ DANI GBÉ, LEYIN ENI ÒRÍ"
Nenhum Deus abençoa o homem, sem que sua cabeça o permita.
ESE ODÚ OGUNDA
(Tradução de um ESE de ORÍ)
Num jogo de Ifá, perguntaram a ÒRÚNMÌLÁ:
"- Quem seria capaz de nos levar ao Infinito? (infinito = caminho da vida da pessoa).
SANGO disse que quando chegasse a OYÓ e lhe dessem certas comidas, ele satisfeito voltaria à sua casa, abandonando a pessoa. Perguntaram o mesmo a OYÁ, e ela respondeu, que quando chegasse a  qualquer cidade e lhe dessem certas comidas, ela satisfeita voltaria para casa.
Resumo: enquanto dermos comida ao nosso Orixá, ele nos cobre e depois recolhe.
Perguntaram de novo a IFÁ e ele respondeu que Òsàlà e ele respondeu que quando chegasse à cidade  de Ifé, comesse, aí então ele ficaria satisfeito e voltaria para casa. Se nem Òsàlà é capaz de nos levar ao  Infinito, então, quem é capaz?
Resposta: só Lebara.
Perguntaram a ÈSÙ: "- Se você caminhar, caminhar e chegar a Keto, e lhe derem 1 galo no dendê ? Ele  respondeu: – Comia e quando estivesse satisfeito voltaria para minha casa. Voltaram e perguntaram de novo a Ifá:
"- Então, ninguém é capaz de nos levar ao Infinito? Quem será? Tal conhecimento, tal sabedoria, quem a tem?
IFÁ respondeu."- Somente o Orixá ÒRÍ é capaz de nos levar ao infinito, até o final de nossa vida." Se uma pessoa morrer, despachamos tudo referente ao Orixá, mas, o que sempre ficou foi o ÒRÍ.
Conclusão: Mesmo se nosso òrìsà está bem, só ficará tudo bem se o nosso Òri estiver também.  Primeiro damos comida a Òri no borí, e depois ao orixá. Não há orixá raspado errado, desde que o òri  aceitou. Acima de nosso Orixá individual, está o nosso Òrì. Damos ao òrì cera (caroço de algodão), obi,  água. Existem apenas 6 bichos para Òrì: pombo, peixe, pato, franga, galinha d’angola e o igbin; apenas um bicho vai ao ori, os outros serão colocados apenas na tigela. O ejé (sangue) de pombo branco, só se for muito importante, necessário, senão estaremos ofendendo Olodumare.

Lenda de Òrúnmìlá
Quando Òrúnmìlá se cansou de viver na terra e da incompreensão dos homens, resolveu ir para o Òrún, mas antes, deu a cada um de seus 8 filhos, 2 caroços de dendezeiro (IKIN), e disse a eles, que quando precisassem, bastava que jogassem os IKIN e teriam as respostas. Deixando claro que o mais importante, era que eles se unissem, assim como o grupo deverá se manter unido.
ÒRÍ – força que orienta o que é bom ou ruim para cada pessoa, é individual. O ÒRÍ tem que ser respeitado, se a pessoa não aceitar é porque o seu ÒRÍ não está aceitando. Deve-se verificar o que acontece no jogo.
Cada um recebe seu ÒRÍ de AJALÁ (é um Imole), antes de vir para o AIYE, passa por um "estágio".
ÒRÍ supera todos os orixás;
ÒRÍ é um Imole, ligado só para o bem (da pessoa);
ÒRÍ é a nossa censura;
ÒRÍ não se trai, não se engana, é a nossa própria consciência (os valores mais puros). Isso vem explicar a índole de pessoas más, mesmo nascidas em famílias boas, independente da formação; pessoas sofridas que tem a capacidade de amar, odiar, etc…

ÌPÁKO – Òrí
IKOKO ÒRÍ – Poente
ÀPÁ OTUN ÒSU ÀPÁ OSI
(direita do aiye) Voduka (esquerda do aiye) centro cabeça
ojo òrí – Nascente
Os quatros pontos do Universo
A.                  Ìyo – Òrún – nascente – Leste
B.                 Ìwo – Òrýn – o poente
C.                 Òtù Àiye – a direita do mundo – Norte – Ariwa
D.                 Òsi Àiyè – a esquerda do mundo – Sul – Guzú
Correspondente ao Ser – humano
A – Òrí – cabeça – o nascente – o nascente – o futuro "`orí inu"
{ Odu – destino – òrísà – genitor divino e material – origem – Esú individual Bara
B – ESE – pé direito – ancestrais masculinos
{ pé esquerdo – ancestrais femininos
C – lado direito – elementos masculinos
D – lado esquerdo – elementos femininos
Durante o eborí, sendo os pais falecidos, usar 2 acaçás de cima para baixo na direção das juntas, não esquecendo de colocar as falas do Obi (parte de baixo).
Tudo que existe de adverso ao homem na natureza, os AJÉS, por exemplo, se personifica nos pássaros,ELEYE, que numa imprecisa tradução cultural do Ocidente, identifica com as "bruxas". O AJÉ também é uma forma de AJOGUN (o inimigo); que é identificado por personalidade que traduzem realidade materiais como oIKU (a morte); o EGBA (enfermidade); o OFÓ (perda de bens); ARUN (loucura), etc… Como se pode ver os conceitos Yorubá, partem do real, do material, para formar a sua idéia geral do mundo. ÈSÚ, como dono doÀSÉ (ONI ÀSÉ), força, magia, arma o ÒRÍ do poder de recusa a ordem, de estabelecer a desordem criativa, tese premissa da antítese necessária à nova síntese estruturante