sexta-feira, 10 de abril de 2015

Os Imọlẹ̀ (Orixás)

Os Imọlẹ̀ (Orixás) mais cultuados na tradicional Religião Indígena Iorubá - Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá
OLÓDÙMARÈ/OLÓRUN/OLÚWA: Para os iorubas, Olódùmarè é o Deus supremo, não é cultuado com oferendas e nem com sacrifícios, é apenas saudado e exaltado. D’Ele vem o axé (àse) dos orixás. Cultuamos Olódùmarè, cultuado os Irúnmolè (Divindades).
ILÈ/ONÍLÈ/ÀPÈPÈ-ALÈ: É a Grande Mãe Terra, a Dona da Terra/terra, homenageada (cultuada) para que sempre haja existência, saúde e vida longa. Mãe de Edan.
ÈSÙ/ÀGBÓ-ÒDÀRÀ/ELÉGBÁRA: Divindade masculina e primordial, guardião da casa de Olódùmarè/Deus, mensageiro entre as Divindades e Senhor do Àse (força vital). Seu culto é indispensável antes de qualquer ritual. Deus da ordem, disciplina e organização, cultuado por seus iniciados e devotos para que aja isso.
OBÀTÁLÁ/OBÀTÁRÌSÀ/GBEGBEKÚNÈGBÈ: Grande divindade, primogênito de Olódùmarè, líder de todos os Funfun (Òrìsà - Divindades da Criação), relacionado à criação do Mundo (Àiyé) e dos seres humanos, cultuado por seus devotos para se ter saúde, longevidade e sabedoria.
ÒDÙ/ODÙLÓGBÒJÉ/ÌYÁ-ELÉHÀÁ: Divindade feminina primordial, representada pelo Igbá Odù (Cabaça de Odù), também chamada de Odùa, é a primeira esposa de Òrúnmìlà, “mãe” de todos os odù (signos de Ifá). A Iniciação dentro do culto desta Divindade é chamada de Ìpínodù/Ìpanodù. Cultuada assim como Òrúnmìlà, para que aja a correção de um destino negativo, equilíbrio e realizações por parte de seus devotos e iniciados.
ÒRÚNMÌLÀ/IFÁ/ÀGBONMÌRÈGÙN: O Vice de Deus (Olódùmarè), Senhor da sabedoria e do destino, senhor dos oráculos sagrados. Cultuado assim como Ìyá Odùa, para que a pessoa encontre-se na vida, conheça seu destino e trilhe por caminhos melhores. A iniciação dentro do culto de Òrúnmìlà chama-se Itefá, pode ser realizada por todas as pessoas que desejem a correção de seu destino negativo ou uma vida plena de realização.
YÈMOWÓ: Divindade (Funfun), mulher de Obàtálá, está ligada a menstruação e aos búzios. É cultuada por mulheres que possuam problemas menstruais, e para a aquisição de filhos e prosperidades.
ÈLÀ: Em Abéòkúta, Èlà é uma divindade feminina, considerada uma das esposas de Òrúnmìlà, divindade da luz, da paz e da harmonia. Cultuada por seus devotos, para possuir um destino harmônico, prospero e feliz.
ÀPÉRÉ/ORÍ-INÚ/ÌPÍN-ÈDÁ (ORÍ): Divindade primordial. Está relacionado à origem de cada ser, é a Divindade tutelar de cada pessoa. É a Divindade que faz a ligação da pessoa com seus Ancestrais, Divinos e Materiais. Após Èsù, é a primeira Divindade (Irúnmolè) que uma pessoa deve louvar, cultuar e agradecer. TODOS devem propiciar (cultuar) Orí, este Òrìsà é cultuado para equilíbrio TOTAL e REALIAZAÇÃO.
ÀJÀLÀ: Òrìsà funfun, divindade também muito ligada a Obàtálá e foi uma das quais também tiveram seu culto esquecido no Brasil, ou então, miscigenado ao de Obàtálá (Oxalá). É uma Divindade que possui seu culto ligado ao da Divindade Orí (Àpéré). Cultuado para trazer equilíbrio mental, emocional e espiritual.
ÒKÈ/OLÓKÈ/AJÍBÍSE: Òrìsà Funfun, Divindade da Montanha, muito Ligado a Obàtálá. No Brasil, seu culto foi confundido com o de Obàtálá (Òsàlá) e o de Sàngó, mas é uma divindade totalmente distinta de ambos, com culto próprio. No Brasil é bastante cultuado no Candomblé de Nação Èfòn. É Cultuado para elevação material ou espiritual do homem.
ODÙDÚWÀ: Òrìsà funfun, irmão de Obàtálá e esposo de Ìyá Olókun. Divindade considerada por muitos iorubas como criadora do Mundo (Àiyé), grande Ancestral da humanidade, o patriarca da Civilização Iorubá. Cultuado para que sempre tenhamos boa conduta e vitórias.
OLÓKUN: Divindades dos mares e oceanos, esposa de Odùdúwà e mãe de Yèmoja e Ajésálúgà. No Brasil, teve seu culto esquecido e seus domínios perdidos para Yèmoja, sua filha. Divindade cultuada para que haja felicidade, prosperidade e riqueza.
OLÓSÀ: Divindade dos lagos e lagoas, irmã de Olókun e também sua grande rival. Também foi esposa de Odùdúwà. É cultuada para que haja purificação espiritual.
YÈMOJA/ÀWÒYÒ/OLÓMÚ: Irúnmolè (Orixá) do Rio Ògùn, na Nigéria, filha de Olókun e mãe de Òsun, é a Deusas da pororoca (encontro do rio com o mar) e da pesca. A Divindade mais cultuada no Brasil. Garante aos seus devotos proteção, prosperidade e uma boa pesca.
AJÉSÁLÚGÀ/ÒGÚNGÚNNÍSÒ/ALÁJÉ: Filha de Olókun, Divindade das espumas do Mar e da Riqueza. Proporciona aos seus devotos riquezas em todos os âmbitos.
ÒRÌSÀ OKO (Aja-n-gele): Òrìsà funfun, foi um grande caçador. Divindade fálica da fazenda e do inhame. Cultuado para que haja fartura dentro de casa e na vida de seus devotos.
ÒGÚN/LÁKÁAYÉ/YÁNKÁNNÍRÈ: Orixá primordial, líder de todos os caçadores, filho de Odùdúwá, foi a divindade que descobriu o ferro, tornando-se o regente do mesmo, protege todas as pessoas que trabalhem com este elemento. Muito importante para o desenvolvimento da humanidade, abre os caminhos, protege seus devotos contra acidentes e assaltos.
ÒSÓÒSÌ (Òrìsà-ode-aperan): Caçador que veste Màrìwò pààko, foi o principal discípulo de Ògún na arte da caça, tornando-se o caçador de uma única flecha, possui o poder da estratégia, poder esse que abençoa seus devotos e cultuadores. É também bastante cultuado para acabar com a negatividade advinda das Àjé (feiticeiras) sobre uma pessoa.
ÌJA: Caçador irmão mais novo de Ògún, possui os mesmo atributos de Ode Òsóòsì e é cultuado para a mesma finalidade, proteção, fartura e estratégia.
ERINLÈ (Òsòòsin): Grande caçadora, muito poderosa, tem forte ligação com a Magia (Ìyámi) e Òsanyìn, para muitos é esposa de Ògún, para outros de Òsanyìn e para outros ainda, é esposa de Olóògùn Ede. Ligada aos Elefantes, é protetora das caçadoras. Cultuada para trazer prosperidade e coragem.
OTIN: Caçadora, possui quase os mesmos atributos de Erinlè e proporciona as mesmas bênçãos, é esposa de Ode Òsóòsì.
OLÓÒGÙN EDE: Divindade MASCULINA, o grande Feiticeiro de Ede, filho e mensageiro de Òsun, ligado a Ìyámi, é cultuado para trazer força, sabedoria e dinheiro. Dá aos seus iniciados e devotos o poder do “encantamento”.
ÒSANYÌN: Divindade das folhas, ligada à cura e a magia (possui grande ligação com Ìyámi Òsòròngà), cultuado para que sempre tenhamos saúde, divindade bastante cultuada por Curandeiros (Onísegùn) e Magos (Olóògùn).
AKÓGÙN: Divindade relacionada com a magia e com Òsanyìn, cultuada para aumentar poderes de magia.
EDAN: Divindade feminina, primordial, filha de Alálè (Ìyámi Ayé), cultuada na Egbé Ògbóni. É cultuada para que haja equilíbrio terrestre e vida longa.
OMOLÚ/BÚRUKÚ: No culto tradicional Yorùbá (tradição religiosa de Abéòkúta), é o nome pelo qual a divindade Nàná Bùkúù é chamada, divindade da terra e da água, da bexiga, considerada por alguns, como mãe de Obalúayé, por outros, como esposa do mesmo, é cultuada para evitar morte prematura e doença.
SÒNPÒNNÁ/OBALÚAYÉ/BÀBÁ OLÓDE: Divindade da terra, da quentura, da febre e das doenças contagiosas. Cultuado para evitar doenças e morte, também está relacionado à prosperidade.
ÒSÙMÀRÈ (ESÙMARÈ)/ EJÒLÁ/ ARÁKA: Divindade do Arco-íris e da transformação, relacionado às águas da chuva e as águas dos rios, é a divindade responsável pelo fluxo das águas no Mundo (Àiyé), está também relacionado à Lua (Òsùpá), muito ligado a Omolú, quando cultuado por seus devotos, ajuda o ser humano a melhorar de vida, prosperar, enriquecer.
IJÒKÚ: Esposa de Òsùmàrè, divindade cultuada junto ao mesmo, gerando o equilíbrio de sua energia, cultuada para proporcionar vida longa e prosperidade.
YÈWÁ: Divindade feminina, do rio Yèwá em Egbádo, relacionada às serpentes, a Òsùmàrè e a Òrúnmìlà, alguns acreditam ser esposa de Obalúayé. É cultuada para trazer serenidade.
OLÚWÉRÉ (ÌRÓKÒ): Divindade cultuada aos pés do Ìrókò - Arvore sagrado, faz tanto o bem quanto o mal, ajuda as mulheres a engravidar e aos homens a terem vida longa, mas também é capaz de provocar a hemorragia e o aborto. No Brasil foi apenas chamado de Ìrókò. Deixamos claro que, mesmo Olúwéré sendo uma Divindade cultuada aos pés do Ìrókò, a Igi Ìrókò (Árvore Ìrókò) possui suas particularidades dentro do culto.
SÀNGÓ/ÀRÌRÀ/AYÍLÉGBÉ ÒRUN: Grande divindade, senhor do trovão e o amado marido de Oya. É cultuado para trazer longevidade e bens materiais.
OYA/ÌYÁSAN/ABORÍMÉSAN: Divindade feminina, do rio Oya (Niger), uma das esposas de Sàngó, a preferida, sempre cultuada junto ao mesmo, é ligada aos ventos e aos nossos ancestrais (Egún), tem força para trazer bons acontecimentos, cultuada para purificação e força de realização.
ÒSUN/ÒSÉMINÍBÚ/ÒPÀRÀ: Divindade feminina, Funfun (da Criação). Òsun foi uma grande rainha em terras Ìjèsà, foi esposa de Òrúnmìlà, Ògún, Òsóòsì e Sàngó, mãe de Olóògùn Ede, é a divindade que rege a gestação, o nascimento. Senhora do rio Òsun em Òsogbo, é a Senhora do cobre e do ouro. Cultuada por mães que desejam ter filhos (sadios), para pessoas que buscam a prosperidade e o luxo. Propicia casamentos, bons filhos e prosperidades aos seus seguidores.
OBÀ: Divindade feminina, do rio Obà, uma das esposas de Sàngó, que lidera a Egbé Elékò (Sociedade composta apenas por mulheres guerreiras – amazonas), cultuada para que não haja desentendimentos no casamento.
DÀDA ÀJÀKÀ: Irmão mais velho de Sàngó, foi um dos reis (Aláàfìn) de Òyó, é cultuado para trazer liderança, principalmente as lideranças justas e pacificadoras, está ligado as crianças que nascem de cabelo enrolando, chamadas de Dàda. No Brasil, Àjàkà passou a ser cultuado como um título (qualidade) de Sàngó, mas não é, e sim seu irmão, de personalidade bem distinta inclusive.
AGONJÚ: Filho de Àjàkà foi também um dos reis (Aláàfìn) de Òyó, está ligado a terra e aos vulcões. No Brasil é cultuado também como um título (qualidade) de Sàngó (Olùfínràn), mas não é, é uma divindade distinta, tal qual seu pai. Cultuado para trazer força e vencer inimigos.
BÁYÀNNÌ: Irmã mais velha de Sàngó, ajudou ele a se tornar rei de Òyó, tem força para levar o homem a fama e é cultuada por seus devotos para tal.
ÒRÁNMÍYÀN: Grande rei, filho de Odùdúwà (o patriarca dos Iorubás) e pai de Báyànnì, Àjàkà e Sàngó, foi o primeiro rei de Òyó. No Brasil, assim como Àjàkà e Agonjú, é cultuado como se fosse título (qualidade) de Sàngó, mas é uma divindade distinta do mesmo, seu PAI e ANCESTRAL. Òránmíyàn é cultuado para que haja liderança bem sucedida e paz.
ÌBEJÌ/ÈJÌRÉ/EDÚNJOBÍ: É a Divinização dos Gêmeos, ou seja, Gêmeos que se tornam divindades. Divindade que protege os gêmeos. Divindade da Dualidade de uma forma geral. Cultuado por famílias, pais e irmãos que possuam gêmeos na família, propiciam bênçãos e realizações em todos os sentidos.
ÌDÒWÚ: É um aspecto de Èsù que está relacionado à Ìbejì. Representado pela criança que nasce após os gêmeos. Toda pessoa que cultua Ìbejì, tem que cultuar Ìdòwú também, para que aja a realização do que foi pedido a Ìbejì.
KÓNKÓTO (KÓRI): Kóri é uma divindade não conhecida no Brasil (Candomblé), em Cuba (Santeria) é considerada uma Oxum. Kóri é uma divindade jovem (Èwe) e protetora dos jovens. É considerada uma jovem caçadora, protege os jovens e também as crianças órfãs e adotadas.
ARÁGBÓ (EGBÉ): É uma sociedade composta por espíritos amigos, que encontram-se em sociedades no Òrun (espaço espiritual), liderada por Ìyálóde e Jàgùn. Propiciam ao seus cultuadores, alegrias, bem estar, amizades, boa convivência social e realizações.
EGÚNGÚN: É o Culto aos Ancestrais Masculinos, cultuado tanto por homens, quanto por mulheres, para o aperfeiçoamento familiar e social.
GÈLÈDÈ: É o Culto aos Ancestrais Femininos, realizado de maneira coletiva, cultuada tanto por homens, quanto por mulheres, para o aperfeiçoamento familiar e social.
ÌGUNNOKO: Divindade da Agricultura, está relacionado aos Ancestrais Masculinos e Femininos de modo coletivo. Cultuado para proporcionar boas colheitas, fertilidade a terra e as mulheres. Comunhão com os ancestrais e paz social.
AGEMO: É uma sociedade masculina.
ORÒ: É uma sociedade masculina, completamente restrita a homens.
ÌYÁMI ÒSÒRÒNGÀ/ELÉYE/EYENÍMÒÒRÈ: Divindade feminina, da magia e bruxaria, Deusa das Feiticeiras. Aspecto negativo da grande Mãe Odùa. Cultuada de maneira apaziguadora, para proteção contra o mal, contra feitiços e para barrar o mal advindo de Àjé (feiticeira) e Osó (feiticeiro). Divindade bastante perigosa. CUIDADO.
Por Zarcel Carnielli (Ọlọ́bàtálá Òṣàláṣínà) e
Hérick Lechinski (Ọlọ́òrìṣà Ejòtọlà)

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