terça-feira, 29 de março de 2016

SOU DE AXÉ VISTO BRANCO.

Temas polêmicos
Preconceito[editar
Manuel Raimundo Querino foi um abolicionista ferrenho, lutou contra as perseguições existentes aos praticantes das religiões afro-brasileiras que eram rotuladas de religiões bárbaras e pagãs.
Procópio de Ogum teve o seu reconhecimento por ter participado da legitimação da religião do candomblé, durante a perseguição às religiões afro-brasileiras promovida pelas autoridades do Estado Novo. Nesse período, o Ilê Ogunjá foi invadido pela polícia baiana, sob a supervisão do famoso delegado Pedrito Gordo. Procópio foi preso e espancado. O jornalista Antônio Monteiro foi uma das pessoas que ajudou na libertação de Procópio. Tal acontecimento - caso Pedrito - registrou o nome de Procópio na história popular baiana, chegando mesmo a fazer parte de uma letra de samba-de-roda:
Cquote1.svg "Não gosto de candomblé que é festa de feiticeiro quando a cabeça me dói serei um dos primeiros Procópio tava na sala esperando santo chegá quando chegou seu Pedrito Procópio passa pra cá Galinha tem força n’aza o galo no esporão Procópio no candomblé Pedrito é no facão." "Acabe com este santo Pedrito vem aí lá vem cantando ca ô cabieci" Cquote2.svg
— (Alvarenga, 1946, p. 200)
Cquote1.svg O Jornal da Bahia, de 3 de maio de 1855, faz alusão a uma reunião na casa Ilê Iyá nassô: "Foram presos e colocados à disposição da polícia Cristóvão Francisco Tavares, africano emancipado, Maria Salomé, Joana Francisca, Leopoldina Maria da Conceição, Escolástica Maria da Conceição, crioulos livres; os escravos Rodolfo Araújo Sá Barreto, mulato; Melônio, crioulo, e as africanas Maria Tereza, Benedita, Silvana... que estavam no local chamado Engenho Velho, numa reunião que chamavam de "candomblé"". Cquote2.svg
— Pierre Verger.
Brasília - Ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial para Políticas de Promoção da Igualdade Racial, com a Baiana Mãe de Santo Raida, na Conferência Regional das Américas
Abdias do Nascimento conta, em uma entrevista concedida ao Portal Afro:
Cquote1.svg Os cultos afro-brasileiros eram uma questão de polícia. Dava cadeia. Até hoje, nos museus da polícia do Rio de Janeiro ou da Bahia, podemos encontrar artefatos cultuais retidos. São peças que provavam a suposta delinquência ou anormalidade mental da comunidade negra. Na Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era um camarada doente da cabeça por ter sua própria crença, seus próprios valores, sua liturgia e seu culto. Eles não podiam aceitar isso.
Homossexualidade[editar
A homossexualidade está presente na maioria das religiões, porém oculta, indiscutivelmente abafada por princípios e muitas vezes negada pelos ex-homossexuais.
No candomblé, a homossexualidade é amplamente aceita e discutida nos dias atuais, mas já teve um período que homens heterossexuais e homossexuais não podiam ser iniciados como rodantes (termo usado para pessoas que entram em transe), não era permitido em festas que um homem dançasse na roda de candomblé mesmo que estivesse em transe.
O mais famoso e revolucionário homossexual do candomblé foi sem dúvida Joãozinho da Goméia, que afrontou as matriarcas e ocupou seu espaço tornando-se conhecido internacionalmente. Tiveram muitos outros, mas nenhum conseguiu suplantá-lo em ousadia e popularidade.
Aborto
As religiões afro-brasileiras, que, na maioria, são religiões derivadas das religiões tribais africanas, são contra o aborto: o africano vê o filho como a continuação da própria vida, filho é o bem mais precioso que o homem africano possa ter. Em consequência disso, foram trazidos para o Brasil alguns conceitos.
No conceito social: amparam e orientam adolescentes e mulheres grávidas.
No conceito religioso: Oxum é quem rege o processo de fecundidade, cuida do embrião, evita o aborto espontâneo, não aprova o aborto provocado, mantém a criança viva e sadia na barriga da mãe até o nascimento. Uma mulher quando não consegue engravidar, recorre à Oxum.
No conceito jurídico: só aprova a interrupção da gravidez, nos casos previstos em lei.
Mas, como em toda religião, quando acontece uma gravidez indesejada, muitas mulheres procuram soluções alternativas fora dos terreiros, como: chás, remédios e até mesmo clínicas de aborto.Somos contra o aborto.

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