terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

TRADIÇÕES DA BAHIA:LAVAGEM DO BON

 Lavagem Do Bonfim

TRADIÇÕES DA BAHIA:LAVAGEM DO BONFIM
“QUEM TEM FÉ VAI A PÉ.”
TUDO começou com uma ameaça de naufrágio e uma promessa.Sacudido por uma tempestade e á beira de um naufrágio,o Capitão Teodósio Rodrigues de Farias invocou o Sr.do Bonfim e prometeu construir uma Igreja,se fosse salvo.Não deu outra,pois,o santo não falha.
Chegando são e salvo á Bahia,o Capitão cumpriu a palavra;mandou fazer uma imagem de 1.06m,em cedro,réplica perfeita da original em Setúbal e pediu autorização á Santa Sé para construir uma igreja,numa colina na Cidade Baixa,para onde levou a imagem,que estava na Igreja da Penha,na Ribeira,bairro próximo.
Começou assim a devoção que reina soberana desde 1745 até os nossos dias.É a maior festa popular da Bahia;estende-se por  quase todo o mês de janeiro com suas novenas,ternos,missas campais e a Lavagem das escadarias da Igreja,numa quinta-feira do mês de Janeiro,
geralmente,a terceira.
A tradicional Lavagem deve sua criação ao preconceito reinante nesta cidade no inicio do século XX,quando a Igreja Catolica e a elite branca não permitia  o culto dos negros e até os perseguia,sem dó,nem piedade.
Acontece que,no culto afro,Sr.do Bonfim é Oxalá,o maior de todos os orixás e precisava ser festejado,com a lavagem do seu templo na Colina,segundo o ritual,com água perfumada  de flores brancas e alfazema:eram as águas de Oxalá.O clamor pela proibição foi tamanho que a Igreja cedeu um pouco;”o povo de santo” lavaria o adro e as escadarias,enquanto o templo permaneceria fechado.
O cortejo sai do Comercio,geralmente no meio da manhã,da Igreja de N.Sra.da Conceição da Praia e um mundo de gente ,moradores,turistas,adeptos ou não da religião africana,políticos que querem “sair bem na foto”,milhares de pessoas vestidas de branco,cavaleiros,carroças enfeitadas,o  afoxé “Filhos de Ghandi”,esparzindo perfume de alfazema no meio da multidão,jornalistas daqui e d’além,percorre os 8 km e sobe a colina para assistir á festa.Gente de todo lugar.”eu vim de Ilha de Maré,minha senhora.prá fazer samba na Lavagem do Bonfim”,cantava Batatinha,sambista de escol.Cerca de 500 baianas vestidas de branco,com seus trajes engomados e rendados cheirando a patchulí,distribuem banho de cheiro aos passantes,para tirar as ziquiziras e afastar o mau-olhado.
Fitinhas de Sr.Bonfim,chamadas “medidas”são distribuídas ás mancheias para todos que têm um sonho secreto e esperam concretizá-lo;deve-se dar três nozinhos enquanto se faz três pedidos e deixar no pulso,sem nunca tirar;quando a fitinha rasgar o pedido será atendido,tão certo como dois e dois são quatro.A “medida”tem exatos 63 cm,distancia da chaga do peito de Cristo até Sua mão esquerda.Coloridas e belas trazem felicidade.
Por todo o Largo e subindo a Colina barracas de comida e bebida distraem e alimentam os passantes;é o acarajé dourado,o oloroso abará,o efó,o vatapá,ouro líquido,o caruru perfumado,é o mistério ,a cor e o cheiro desta cidade mágica cheia de ritmos e axé ,onde é impossível ser infeliz.
Durante todo o trajeto,canta-se com emoção ,o Hino ao Senhor do Bonfim,música de Péthion de Villar e letra do poeta Arthur de Sales,da qual tenho a honra de ser sobrinha-neta.
Hoje estarei lá,de branco,reverenciando o maior orixá da Bahia,fazendo meus pedidos e tomando banho de cheiro,para  limpinha,levinha,com a alma perfumada e feliz ,seguir o meu destino.Como todos!
“Andá com fé eu vou,qui a fé nun custuma faia...”

“Desta Sagrada Colina
Mansão da Misericordia
Dá-nos a graça divina
Da justiça e da concórdia”.
Que as bênçãos de Oxalá tragam paz ao mundo!"
Por: Miriam de sales oliveira da rochaA história da Lavagem do Senhor do Bonfim
                                           
A Lavagem do Bonfim é o maior evento popular de Salvador antes do Carnaval. Tradição que remonta à inauguração da igreja de Nosso Senhor do Bonfim, na Cidade Baixa, em 1754, atrai todos os anos cerca de um milhão de pessoas, entre devotos, moradores e turistas. 
                            
A lavagem foi iniciada pelos romeiros e escravos que, a mando dos senhores e integrantes da Irmandade do Senhor do Bonfim, limpavam e enfeitavam a igreja para a festa dedicada ao santo, no segundo domingo depois da Epifania (Dia de Reis). Os rituais católicos duram dez dias e começam com o novenário. No encerramento acontecem as missas solene e campal. Já a lavagem, que ocorre na quinta-feira anterior ao domingo da festa, sincretiza catolicismo e candomblé. Na religião africana, o santo representa Oxalá, o pai de todos os orixás. 
      
“A devoção dos nobres ao Senhor do Bonfim se confundiu com a devoção dos escravos africanos a Oxalá. A miscigenação uniu as duas coisas numa só e durante a festa os baianos se vestem de branco em homenagem a Oxalá, mas fazem a grande caminhada e pagam promessas ao Senhor do Bonfim”, resume o antropólogo Roberto Albergaria. Segundo ele, a Lavagem do Bonfim é a maior representação do sincretismo religioso dos baianos.
                                                  


A lavagem começa na quinta-feira bem cedo, com o toque da alvorada, quando os participantes se concentram em frente à igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no bairro do Comércio. Depois da missa e sob chuva de fogos de artifício e papel picado, os fiéis partem numa caminhada de oito quilômetros em direção à igreja do Senhor do Bonfim.
                          
        
Trajadas com roupas de gala (turbantes, saias engomadas, colares e braceletes) as baianas, levando jarras com água de cheiro, comandam o cortejo formado por bandas de sopro e percussão, carroças, grupos de manifestações folclóricas e pela multidão de fiéis vestidos de branco. Ao chegar à colina onde está situada a igreja, conhecida como a Colina Sagrada, as baianas lavam e enxugam as escadarias e o adro, cantando louvores a Oxalá em língua iorubá.
                                     
Para completar a comemoração popular, no Largo do Bonfim, Ribeira e Mont Serrat são montadas barracas de comidas típicas e bebidas. Responsável pela organização da festa juntamente com a Irmandade do Senhor do Bonfim, a Prefeitura monta uma infra-estrutura que envolve policiamento, ordenamento do tráfego (interditado na área do cortejo) e instalação de sanitários químicos e postos de saúde.

Fonte: EMTURSA



Oração ao Senhor do Bonfim.

Meu Sr. Do Bonfim,acho-me na Tua presença,humildemente,para receber de Ti,todas as graças que quiseres me dispensar. Perdoai-me,Senhor,por todas as faltas que porventura eu tenha cometido por obra ou pensamento.Fazei-me forte para vencer todas as tentações e malfeitos do inimigo. Que o sagrado Orixá Ogum corte com sua espada todos os males que de mim se acercarem.Que Yemanjá,Raínha do Mar,com a Tua proteção,leve sob grilhões para o fundo do mar toda a inveja que sobre mim,recair;Que Oxum leve consigo todas as lágrimas que eu tenha a chorar,para nunca o desespero ou a desgraça me alcançar;Que Ossanha afaste de mim todas as tempestades para os ventos da bonança me trazerem prosperidade;Que toda a fortuna do mundo possa chegar aos meus pés,com a proteção do grande orixá Oxum-Maré;Que Xangô do alto da sua Santa Pedreira solidifique todos os bens que eu alcançar. Salve o Sr.do Bonfim,salve todos os orixás,que me protejam na vida,para nada me faltar.

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