domingo, 23 de novembro de 2014

A BAIANA VENDENDO IGUARIAS VINDAS DA ÁFRICA.

Carta terceira.
"Não deixa de ser digno de reparo ver que das casas mais opulentas desta cidade, onde
andam os contratos e negociações de maior porte, saem oito, dez e mais negros a vender
pelas ruas, a pregão, as coisas mais insignificantes e vis: como sejam, mocotós, isto é mãos
de vaca, carurus, vatapás, mingaus, pamonhas, canjicas, isto é, papas de milho, acassás,
acarajés, abarás, arroz de coco, feijão de coco, angus, pão-de-ló de arroz, o mesmo de
milho, roletes de cana, queimados, isto é, rebuçados a oito por um vintém e doces de
infinitas qualidades, ótimos, muitos pelo seu aceio, para tomar por vomitórios; o que mais
escandaliza é uma água suje feita com mel e certas misturas que chamam aluá que faz por
vezes de limonada para os negros."

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