A ORIGEM DO CANDOMBLÉ
CANDOMBLÉ – Origem
O candomblé, como conhecemos no Brasil, é um sub-produto dos "Cultos aos Males, Irunmales e Orixás". Estes cultos são originários do Continente africano. Foram espalhados pelo mundo no advento da escravidão dos negros africanos. Vários povos (ou nações) foram trazidos para o Brasil como escravos. Cada nação era formada por várias tribos. Cada tribo tinha sua forma de culto e seu deus particular. Ex. (Povo Nagô)
Cidade: Oyó = Deus adorado: Xango
Cidade: Irê = Deus adorado: Ogum
Cidade: Keto = Deus adorado: Oxossi
Cidade: Ilexá = Deus adorado: Oxum
Cidade: Ibadam= Deus adorado: Yemanjá
Cada indivíduo por sua vez adorava o deus coletivo, seu bara (dono do seu corpo), seu olori (dono de sua cabeça) e seu odu (seu destino).
Há outros cultos menores e particulares:
Geledé: Culto a Yami Oxorongá (minha mãe feiticeira) culto de exclusividade feminina onde algumas mulheres eram consideradas como tendo poderes sobrenaturais. Seu domínio e seu símbolo eram as aves.
Egungun: Culto prestado aos mortos, feito somente por homens. Eles acreditam ter domínio sobre as almas errantes. Porém há grande temor entre eles. Acreditam que, quando a alma desencarnada está manifesta, não se pode tocar nem em suas roupas que são coloridas e tem armações de bambu. Os mortos não incorporam, manifestam-se de forma sobrenatural entrando numa dessas roupas.
Formação do panteão de orixás
Com a vinda de muitas nações africanas para o Brasil, vieram um sem número de cultos e deuses. No nordeste do Brasil a predominância, entre outros povos trazidos, foi dos Nagôs que falavam o Yorubá (língua do rei). Já no sudeste a predominância foi dos povos bantos. Com a necessidade deles viverem juntos nas senzalas (tanto no nordeste como no sudeste do Brasil) ouve uma mesclagem das culturas (roupas, dialetos, indumentárias cultos e etc.) com as predominâncias já citadas. Daí nasce o que chamamos no Brasil Candomblé. Palavra de origem desconhecida.
Obs. Neste ensaio faremos referência a esses dois povos.
Conceito de Deus
Para os nagôs (nordeste do Brasil) existe um criador de todas as coisas, cujo nome não é permitido dizer. Eledumarê ou Eledumayê ou ainda Olodumaré, (Senhor do Destino Eterno ou Deus Eterno). Vale comparar com o título dado a Deus: El adonai.
Para os bantos (sudeste do Brasil) o criador é Zambi .
Conceito de Salvação
Na visão dos nagôs, quando um africano morre crê-se que ele vai para um dos nove oruns (céus) existentes. Quem cuida desses oruns é uma entidade chamada Oyá - Inhaçã (Yámesan - Mãe dos nove - fazendo referência aos nove oruns ou nove cabeças).
Quando uma alma desencarnada fica vagando, é chamado o alagbá (chefe do culto dos egunguns) para despachá-lo.
Há também uma cerimônia quando alguém ligado ao culto morre. É o Axexê - cerimônia fúnebre para apascentar o morto e invocar Oyá Balé (título que significa: senhora dos mortos ou do cemitério) para levá-lo ao seu destino.
Pecado
Não há conceito de pecado. Todas as oferendas são feitas para agradar e reverenciar os deuses. Há dois tipos básicos de oferendas: O ebó - sacrifício ou obrigação e o Irubó - oferenda.
Nestes sacrifícios ou oferendas acredita-se que: A energia vital do animal (seu sangue) sacrificado é transferida para o ofertante ou aquele que faz o sacrifício.
Cerimônias de Iniciação
Nas cerimônias de iniciação (vide cap. Gen. 29:1-35), há um ritual chamado afejewé (nós lavamos com sangue) que é o ápice do ritual. Consiste em sacrificar vários animais e banhar o yaô (noiva - novato) naquele sangue colhido. Todos os iniciados são sacerdotes. A cerimônia visa o renascimento do yaô. O mesmo fica recluso um período de tempo que varia de tribo para tribo. Este período de reclusão eqüivale a sua morte. A cerimônia do afejewé o princípio do seu renascimento. Quando renascido o yaô recebe o seu orukó - novo nome e passa por um ritual de reaprendizagem das atividades comuns do tipo: comer, se vestir, andar sentar etc. Tudo lhe é ensinado novamente e quem faz isto é a yákota - mãe criadora ou mãe pequena. Nunca mais se pode fazer referência ao "velho homem morto" ou seja nem seu velho nome pode ser dito. Se por ventura alguém chama um desses sacerdotes por seu velho nome é como se lhe desejasse a morte.
O candomblé no Brasil
No Brasil muito de tudo isto se perdeu e muito foi acrescentado. O candomblecista comum acredita em Deus e os noviços são marcados no seu corpo com uma cruz, na maioria das casas de candomblés. São levados, após as cerimônias de iniciação a uma missa para receber a bênção do padre. Uma tradição que virou ritual.
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UMBANDA - Origem
Os portugueses impuseram aos negros escravos sua crença católica, o que não foi muito bem aceita nas senzalas. Além de obrigar os negros a aceitarem sua crença os portugueses também proibiram os cultos aos deuses pagãos dos escravos. Os escravos que não se submeteram foram perseguidos, açoitados e mortos. Até que surgiu entre eles a idéia de se fazer como em Ilexá (cidade da Nigéria), ou seja abrir um ujubô - buraco sagrado e nele depositar o seu igbá - espécie de vasilha pactual (arca da promessa) onde se encontrava alguns objetos. Sobre este ujubô os escravos colocavam as imagens dos santos católicos.
Nos seus cultos eles diziam estar reverenciando os santos e o deus católico com cânticos em dialetos africanos e com danças características, mas na verdade adoravam seus deuses e cantavam a ele. Surge daí o sincretismo afro-brasileiro. Surge também a tradição de levar os iniciados a uma missa, o que foi incorporado ao ritual comum de iniciação.
Com o passar dos tempos a proibição caiu por terra, mas ficou a tradição. Com a morte dos patriarcas o culto foi perdendo suas origens e povo foi acreditando nas imagens. Foram sendo acrescentados cultos não originários da África: Culto aos cablocos, aos povos de rua (culto a oluponã). Culto a pomba-gira (Bombogira dos bantos), culto às almas - pretos velhos (culto aos egunguns dos nagôs).
Foram aculturadas diversas crenças que podem ser encontradas nos altares: Vudu (originária da Europa - basicamente feitiçaria ). Encontra-se também sobre seus altares a imagem de Jesus, de Maria, de Buda entre outros.
Doutrinas
Os umbandistas não têm doutrina clara sobre nada. São na minha visão desnorteados. Acreditam no deus dos católicos, em Jesus, na virgem Maria, crêem nas doutrinas Kardecistas sobre caridade para salvação. Não têm claro o destino de sua alma depois da morte. Pendem os umbandistas mais para o espiritismo, mas continuam fazendo sacrifícios e pactos com os deuses que se apresentam nos terreiros.
Há uma corrente da umbanda que se auto denomina umbanda branca, uma versão rústica do kardecismo, onde não há mais sacrifícios e os médiuns "trabalham" por caridade.
O candomblé, como conhecemos no Brasil, é um sub-produto dos "Cultos aos Males, Irunmales e Orixás". Estes cultos são originários do Continente africano. Foram espalhados pelo mundo no advento da escravidão dos negros africanos. Vários povos (ou nações) foram trazidos para o Brasil como escravos. Cada nação era formada por várias tribos. Cada tribo tinha sua forma de culto e seu deus particular. Ex. (Povo Nagô)
Cidade: Oyó = Deus adorado: Xango
Cidade: Irê = Deus adorado: Ogum
Cidade: Keto = Deus adorado: Oxossi
Cidade: Ilexá = Deus adorado: Oxum
Cidade: Ibadam= Deus adorado: Yemanjá
Cada indivíduo por sua vez adorava o deus coletivo, seu bara (dono do seu corpo), seu olori (dono de sua cabeça) e seu odu (seu destino).
Há outros cultos menores e particulares:
Geledé: Culto a Yami Oxorongá (minha mãe feiticeira) culto de exclusividade feminina onde algumas mulheres eram consideradas como tendo poderes sobrenaturais. Seu domínio e seu símbolo eram as aves.
Egungun: Culto prestado aos mortos, feito somente por homens. Eles acreditam ter domínio sobre as almas errantes. Porém há grande temor entre eles. Acreditam que, quando a alma desencarnada está manifesta, não se pode tocar nem em suas roupas que são coloridas e tem armações de bambu. Os mortos não incorporam, manifestam-se de forma sobrenatural entrando numa dessas roupas.
Formação do panteão de orixás
Com a vinda de muitas nações africanas para o Brasil, vieram um sem número de cultos e deuses. No nordeste do Brasil a predominância, entre outros povos trazidos, foi dos Nagôs que falavam o Yorubá (língua do rei). Já no sudeste a predominância foi dos povos bantos. Com a necessidade deles viverem juntos nas senzalas (tanto no nordeste como no sudeste do Brasil) ouve uma mesclagem das culturas (roupas, dialetos, indumentárias cultos e etc.) com as predominâncias já citadas. Daí nasce o que chamamos no Brasil Candomblé. Palavra de origem desconhecida.
Obs. Neste ensaio faremos referência a esses dois povos.
Conceito de Deus
Para os nagôs (nordeste do Brasil) existe um criador de todas as coisas, cujo nome não é permitido dizer. Eledumarê ou Eledumayê ou ainda Olodumaré, (Senhor do Destino Eterno ou Deus Eterno). Vale comparar com o título dado a Deus: El adonai.
Para os bantos (sudeste do Brasil) o criador é Zambi .
Conceito de Salvação
Na visão dos nagôs, quando um africano morre crê-se que ele vai para um dos nove oruns (céus) existentes. Quem cuida desses oruns é uma entidade chamada Oyá - Inhaçã (Yámesan - Mãe dos nove - fazendo referência aos nove oruns ou nove cabeças).
Quando uma alma desencarnada fica vagando, é chamado o alagbá (chefe do culto dos egunguns) para despachá-lo.
Há também uma cerimônia quando alguém ligado ao culto morre. É o Axexê - cerimônia fúnebre para apascentar o morto e invocar Oyá Balé (título que significa: senhora dos mortos ou do cemitério) para levá-lo ao seu destino.
Pecado
Não há conceito de pecado. Todas as oferendas são feitas para agradar e reverenciar os deuses. Há dois tipos básicos de oferendas: O ebó - sacrifício ou obrigação e o Irubó - oferenda.
Nestes sacrifícios ou oferendas acredita-se que: A energia vital do animal (seu sangue) sacrificado é transferida para o ofertante ou aquele que faz o sacrifício.
Cerimônias de Iniciação
Nas cerimônias de iniciação (vide cap. Gen. 29:1-35), há um ritual chamado afejewé (nós lavamos com sangue) que é o ápice do ritual. Consiste em sacrificar vários animais e banhar o yaô (noiva - novato) naquele sangue colhido. Todos os iniciados são sacerdotes. A cerimônia visa o renascimento do yaô. O mesmo fica recluso um período de tempo que varia de tribo para tribo. Este período de reclusão eqüivale a sua morte. A cerimônia do afejewé o princípio do seu renascimento. Quando renascido o yaô recebe o seu orukó - novo nome e passa por um ritual de reaprendizagem das atividades comuns do tipo: comer, se vestir, andar sentar etc. Tudo lhe é ensinado novamente e quem faz isto é a yákota - mãe criadora ou mãe pequena. Nunca mais se pode fazer referência ao "velho homem morto" ou seja nem seu velho nome pode ser dito. Se por ventura alguém chama um desses sacerdotes por seu velho nome é como se lhe desejasse a morte.
O candomblé no Brasil
No Brasil muito de tudo isto se perdeu e muito foi acrescentado. O candomblecista comum acredita em Deus e os noviços são marcados no seu corpo com uma cruz, na maioria das casas de candomblés. São levados, após as cerimônias de iniciação a uma missa para receber a bênção do padre. Uma tradição que virou ritual.
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UMBANDA - Origem
Os portugueses impuseram aos negros escravos sua crença católica, o que não foi muito bem aceita nas senzalas. Além de obrigar os negros a aceitarem sua crença os portugueses também proibiram os cultos aos deuses pagãos dos escravos. Os escravos que não se submeteram foram perseguidos, açoitados e mortos. Até que surgiu entre eles a idéia de se fazer como em Ilexá (cidade da Nigéria), ou seja abrir um ujubô - buraco sagrado e nele depositar o seu igbá - espécie de vasilha pactual (arca da promessa) onde se encontrava alguns objetos. Sobre este ujubô os escravos colocavam as imagens dos santos católicos.
Nos seus cultos eles diziam estar reverenciando os santos e o deus católico com cânticos em dialetos africanos e com danças características, mas na verdade adoravam seus deuses e cantavam a ele. Surge daí o sincretismo afro-brasileiro. Surge também a tradição de levar os iniciados a uma missa, o que foi incorporado ao ritual comum de iniciação.
Com o passar dos tempos a proibição caiu por terra, mas ficou a tradição. Com a morte dos patriarcas o culto foi perdendo suas origens e povo foi acreditando nas imagens. Foram sendo acrescentados cultos não originários da África: Culto aos cablocos, aos povos de rua (culto a oluponã). Culto a pomba-gira (Bombogira dos bantos), culto às almas - pretos velhos (culto aos egunguns dos nagôs).
Foram aculturadas diversas crenças que podem ser encontradas nos altares: Vudu (originária da Europa - basicamente feitiçaria ). Encontra-se também sobre seus altares a imagem de Jesus, de Maria, de Buda entre outros.
Doutrinas
Os umbandistas não têm doutrina clara sobre nada. São na minha visão desnorteados. Acreditam no deus dos católicos, em Jesus, na virgem Maria, crêem nas doutrinas Kardecistas sobre caridade para salvação. Não têm claro o destino de sua alma depois da morte. Pendem os umbandistas mais para o espiritismo, mas continuam fazendo sacrifícios e pactos com os deuses que se apresentam nos terreiros.
Há uma corrente da umbanda que se auto denomina umbanda branca, uma versão rústica do kardecismo, onde não há mais sacrifícios e os médiuns "trabalham" por caridade.
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