A DIFERENÇA ENTRE ABIKU E ABIASÉ:
Festas especiais são feitas para esse tipo de crianças, nas quais o feijão fradinho e o azeite de dendê são fartamente distribuídos à todos como prato principal. Os abikús e outras crianças são convidas.
Assim como os “demônios” que as acompanham, para participarem dessas festas.Tal festa supostamente agradará aos “amiguinhos do outro lado” e os convencerá da permanência dos Abikús na vida normal, garantindo ainda os “amiguinhos” sempre um festim para seus deleites.
Os Abikús têm sido confundidos no Brasil com Abiaxé,que são as crianças nascidas “feitas de berço” e com missão espiritual.Os Abiaxés podem ou não refugar a missão espiritual na terra, retornando ao convívio de Olorún, dependendo unicamente do teor de compreensão que obtiverem de seus pais, mestres, tutores, cônjuges e etc…
Hipótese nº1 de ABIAXÉ – é oriundo de uma transmigração espiritual (morre em algum lugar, país,etc) e nasce na mesma hora ou horas depois em outro lugar e outro corpo. Carecendo apenas de um ritual de confirmação ou coroação do Ibá Orí (três adoxos e tudo mais), conforme o cargo espiritual designado por Ifá. É oferecido á Olodumaré e Olorúm pelos seus pais ou tutores e jamais conseguirá fugir de seu odú (predestinação), sob pena de refugar á missão terrestre (morrer), missão esta que geralmente é politica, missionária social ou espiritual.
Hipótese nº 2 de ABIAXÉ – é “feito” (raspado) na barriga da mãe, quando está é recolhida para a “feitura” e está grávida. Aí a criança recebe todos os fundamentos que a mãe receber, independente da qualidade de Orixá, nascendo “feita” deste mesmo orixá e carecendo apenas da confirmação ou coroação, as quais seguem as mesmas ritualísticas do primeiro caso de abiaxé.
Os Abikús são classificados em quatro modalidades:
Abikú Inã ou Izô – do fogo – Esse abikú é o que “come” a cabeça mãe (mata-a) no nascimento, ou “come” a cabeça do pai por acidente posteriormente. É um dos mais difíceis abikús de trato, e traz consigo a má sorte pra quem com ele mantiver relacionamento permanente. O abikú de fogo geralmente aliena o segmento social no qual estiver envolvido e não raro desenvolve uma psicopatia irreversível após os 21 anos. Uma pesquisa feita no Brasil constatou que a maioria desses abikús ou foram doados ao nascer, ou foram adotados por de seus pais legítimos.
Abikú Omí ou Azín – da água – Esse é o tipo que nasce de 6,7 ou 8 meses. Geralmente explode a bolsa-d´água da mãe nesse período e vai para incubadora. Morre precocemente ou cresce e sai desse período critico. Se seus avós forem vivos, estará ligado a eles mais do que aos pais. Seu principio de abi (vida) decorre entre 1 á 3,5 anos e o seu processo de Ikú (morte) inicia-se entre 3 á 5. O retorno dos “amiguinhos” é feito pro afogamento, tuberculose, desidratação ou cólera. A forma de evitar esse retorno é usar um nome contrário ao nome que trouxe de útero e promover trabalhos de ordem espiritual propiciando ofertas aos odús (presságios).
Abikú Alé – da terra – Esse tipo segundo a ancestral cultura Yorubana, os mais trabalhosos para os sacerdotes e parentes, uma vez que está intimamente ligada aos “amiguinhos das florestas” que com freqüência o chamam de volta. Muitas vezes nasce pro cesariana, ou de parto normal sanguinolento. É uma criança agitada, com tendências á neuroses familiares. Tem condição congregaste e como o abikú do fogo, costuma “comer cabeças” não só de parentes, como de outras pessoas. Contrata-se esse abikú,usando o nome contrário ao seu objetivo e promovendo-se festas anuais nas quais existam o feijão-fradinho e dendê em abundância para todos.A forma de retorno também é por acidente em quedas de alturas ou por doenças de pele e órgão digestivo.O tempo de vida (se não tratado) oscila entre 4 e 8 anos.
Abikú Fefé – do vento – Esse tipo difere um pouco dos outros demais, por ser de especial origem no meio do convívio das pessoas. Ele destaca-se em todo o ambiente desde seu nascimento que em geral, foi inspirado ou não planejado. Tem características próprias e pode ser facilmente induzido á manter-se na vida em face de sua instabilidade emocional inicial. Deve como os demais, ter um nome contrário ao fato constante instado ás delícias da vida. Por ter mais do que “amiguinhos” do outro lado, poderá ser salvo por Exú e Oyá na hora H.
Nenhum comentário:
Postar um comentário