Você não tem nada, é psicossomático, está apenas somatizando, tudo isso é apenas coisa da sua cabeça. Caso já tenha escutado uma destas afirmações está na hora de procurar ajuda de um Sacerdote, para consultar o Oráculo Sagrado no intuito de buscar um diagnóstico preciso. Com certeza o seu problema será resolvido na espiritualidade com ajuda dos nossos Orixás. Muitos profissionais da saúde usam essas frases como acusação contra as pessoas que passam por doenças da alma. Mas saiba que o fato de possuir doença psicossomática ou passar por somatização não significa que não há doença. Isso é uma grande injustiça com a pessoa que passa por sofrimentos de doenças espirituais e reais que só podem ser curadas com rituais específicos e a sabedoria do Povo do Santo, onde automaticamente fará o equilíbrio do seu corpo, mente e espirito. Embora os aparelhos medicinais não tenham capacidade deste diagnóstico, o ser humano acaba sendo tratado como doente mental ou bola de ping-pong, servindo de chacota pelos profissionais de saúde e até mesmo pelos seus entes queridos que ignoram totalmente a saúde espiritual. Existe a presença de sintomas físicos mas não há doença orgânica. A causa destes sintomas é psico-espiritual. Por exemplo: Na síndrome do pânico a pessoa apresenta sintomas orgânicos idênticos ao ataque do coração ou à problemas intestinais; mas o médico não detecta cardiopatia alguma em seus exames. O que a espiritualidade e a compreensão nos caminhos da ancestralidade e conhecimento de Orixá Ory (Cabeça individual) nos mostra é que se a mente pode produzir algo ruim, quando afetada negativamente, também pode ter a capacidade de reverter quando reparada com ritos pertinente ao equilíbrio. Alguns chamam isso de poder mental, mas não se trata de nada de poder ou não, mas apenas da capacidade que todos temos de influenciar nosso corpo. Já que você faz isso involuntariamente que tal aprender a “dominar” sua saúde física e mental através da espiritualidade?
O que significa ebó? Para que serve um ebó? São perguntas feitas e nem sempre respondidas adequadamente pela maioria do Povo do Santo, que foi catequizado e acabou incorporando no seu vocabulário como sinônimo de (macumba), feitiçaria, maldade e no último caso, de se retirar algum negativo espiritual de uma pessoa, através de uma limpeza de corpo. O termo ebó, tem pelo menos dois significados práticos: O primeiro quando é usado para denominar um processo de limpeza, chamado também de sacudimento. O segundo quando é usado genericamente para o ato de fazer uma oferenda nas ruas ou encruzilhadas.
A palavra ebó significa literalmente sacrifício ou oferenda e devemos entender isso de uma forma ampla e não somente o que requer uma oferenda animal, mais também, sacrifícios vegetais, minerais e comportamentais. Ebó é sempre uma oferta a ser feita para os ancestrais ou os orixás em agradecimento por bênçãos recebidas ou na intenção de resolver problemas ou obstáculos, abrir portas, oportunidades e evitar as mazelas. Os itens normalmente se compõem de elementos como frutas frescas, cereais, água, bebidas destiladas, mel, azeite; além disso, o ebó pode conter outros itens como dinheiro, roupas, búzios, ervas e etc.
Alguns tipos de ebó são preparados, ritualizados e colocados dentro de casa e outros devem ser ritualizados e colocados no tempo. Ebó é uma oferta ritual, um forte elemento e o motivo final do processo de consulta ao oráculo sagrado. Ele tem uma função central no processo de consulta. O ritual de oferta consiste de uma liturgia elaborada com objetivo de apresentar uma comida e bebida através dos quais o homem manipulará e usará para intermediar com as divindades em seu próprio benefício. O relacionamento entre os seres humanos e as divindades é expresso e obtido através da execução de rituais e liturgias. Isso ocorre em qualquer religião, sendo essa ritualização a base da necessidade e existência das religiões, uma vez que a sua razão é a ligação entre o homem e o divino. A colocação ou citação do oráculo como parte do processo de um ebó é intencional. Se tratando de Candomblé, não existe sentido em estabelecer a necessidade de fazer um ebó sem que o oráculo esteja envolvido. Estamos tratando de um processo de transmissão, equilíbrio e reposição de axé através dos Orixás e com a interferência de um sacerdote. Os rituais e liturgias conectam o mundo físico ao mundo espiritual de forma a trazer harmonia e equilíbrio para o nosso dia a dia. Para o Povo do Santo, o sacrifício é o elo que traz a solução e tranquilidade ao universo e que ordena os problemas em nosso mundo.
Quatro coisas são importantes para a eficácia de um ebó.
- Primeira: é o correto uso de cada elemento ritual que é especificado para o odù que foi revelado na consulta ao oráculo, seguindo exatamente a receita da sua linhagem, com cânticos e rezas.
- Segunda: todo ebó tem que ter objetivo e propósitos reais e sinceros.
- Terceira: todo ebó tem que ser espiritualmente tratado por sacerdotes.
- Quarta: existe a necessidade de uma integração entre o sacerdote, o consulente e as forças espirituais que serão movimentadas para se obter o resultado desejado.
Algumas vezes o ebó não virá na forma de uma oferenda física, mas sim através de regras de comportamento e proibições. Por exemplo: não frequentando alguns lugares, não consumindo determinado tipo de alimento, não fazendo determinado tipo de tarefa ou comportamento, adotando uma rotina de rezas, etc. Uma parte muito importante de um ebó é determinar a quantidade de tempo que ele vai ficar exposto e o local onde será colocado depois. Esta definição é parte do processo do oráculo. Mas em relação a seu significado o mais importante é entender que o ebó é mais do que um conjunto de itens físicos. Ele é parte de um sistema de forças e energia que é movimentado no momento em que se inicia a consulta ao oráculo, quando olódùmarè se utilizará de Orunmilá e de seus ministros, os orixás e ancestrais, para poder mudar ou corrigir uma determinada situação. Neste processo, Exu é o elemento transportador de energia ou axé. Assim, todo o conjunto espiritual que compõe os fundamentos da religião se movimenta através de uma simples consulta a Ifá; ou seja, um jogo de búzios. Não podemos entender o significado de um ebó se não compreendermos este sistema metafísico que está envolvido e suas diversas engrenagens.
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